Geral

Fim do cangaço completa 76 anos

28/07/2014
Fim do cangaço completa 76 anos

cangaco22O 28 de julho marca o fim do cangaço no Nordeste. Há 76 anos o bando de Virgulino Ferreira, Lampião foi trucidado pela volante (militares) alagoana comandada pelo Tenente João Bezerra. Provavelmente traído por um membro de seu próprio bando, Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, morreu numa emboscada preparada pela “coluna volante” (nome dado à polícia armada oficial) em um de seus esconderijos mais seguros, no sertão de Alagoas. Juntamente com Lampião, foram assassinados sua mulher Maria Bonita, e outros nove cangaceiros.
O bando de Lampião acordou antes do sol nascer para fazer sua reza matinal e tomar café. Durante a noite, oficiais da coluna volante cercaram o acampamento sem que os trinta e quatro cangaceiros adormecidos pudessem perceber. Assim, quando o grupo percebeu o cerco, já era tarde demais. Os policiais dispararam suas armas incessantemente. Lampião foi um dos primeiros a morrer, pelo cano do fuzil de João Bezerra, o qual ficou conhecido como o homem que matou o Homem. Já falecido, com a face deformada por uma coronhada, Lampião foi decapitado, para que sua cabeça fosse exposta, depois, em quase todos os estados nordestinos. O ataque durou cerca de 20 minutos e tirou a vida de onze membros do bando.
O que representou uma grande vitória para a polícia oficial do Estado Novo significou para uma parte da população do Nordeste uma derrota: a morte de um mito, símbolo de coragem e resistência do Agreste brasileiro. Ao mesmo tempo que Lampião era temido, era admirado. Chefiou um bando de cangaceiros que lutavam por uma liberdade selvagem, utópica. Após o assassinato do mito, muitos cangaceiros de outros grupos se entregaram à polícia para pouparem suas cabeças e, assim, em dois anos, terminou de vez o fenômeno social do Cangaço.

O Rei do Cangaço
Virgulino entrou para o Cangaço em 1920, para vingar a morte de seu pai, que fora assassinado por um delegado. Juntou-se ao bando de Sinhô Pereira, e logo depois assumiu a liderança do grupo. Em pouco tempo se tornou um dos bandidos mais conhecidos e temidos do Brasil. Sua fama ultrapassava nossas fronteiras, fazendo com que ficasse famoso até no exterior.
Acredita-se que Virgulino tenha recebido o apelido quando modificou seu fuzil para que o tiro fosse mais rápido do que o comum: a faísca que era produzida ao disparar a arma fazia com que parecesse um lampião.
O mito de Lampião foi endossado com os anos: ele era um forasteiro cujo conhecimento detalhado do agreste nordestino impedia que fosse capturado. Quando Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo prometeu acabar com todos os focos de desordem no território nacional, investindo em uma dura perseguição a Lampião e seu bando, que eram procurados em todos os estados nordestinos. Não tardou para que a perseguição fosse bem sucedida.

Leia mais na edição impressa da Tribuna do Sertão