Política

João Caldas revela como projetou a ideia da construção do Estaleiro Eisa em Alagoas

21/03/2014
João Caldas revela como projetou a ideia da construção do Estaleiro Eisa em Alagoas

JCO deputado federal João Caldas, do SDD-Alagoas, revela em entrevista como projetou a ideia da construção de um Estaleiro. Ele avalia como a obra pode impulsionar o desenvolvimento da região do baixo São Francisco. Para o parlamentar, o impacto seria imediato com a criação de 50 mil empregos diretos e indiretos, o que movimentaria a economia principalmente nas cidades de Coruripe e Penedo. Ele cobra celeridade das autoridades para que o processo licitatório comece imediatamente e que para que o projeto de construção do Estaleiro saia do papel.

Confira a entrevista na íntegra:

Como foi idealizado o projeto para trazer a indústria naval para Alagoas?
“Quando eu pensei em trazer a indústria naval para Alagoas, para construir plataformas, navios, sondas, fazer reparos, pensei no desenvolvimento do Estado. Lutei sozinho para trazer uma refinaria de Petróleo para Alagoas e ela foi parar e Recife por falta de apoio. Não há na história, alguém que tenha trazido para Alagoas a indústria naval. Porque fui eu que pensei e idealizei isso para Alagoas, especialmente, para o Baixo São Francisco, no município de Coruripe. Para gerar 50 mil empregos, para mudar a situação de Coruripe, Penedo e de todos os 102 municípios de Alagoas”.

O que é necessário para que o projeto se desenvolva? O que está faltando?
“Nós queremos que depois de desapropriado o terreno e que a Prefeitura liberem todas as autorizações, que a licitação internacional seja feita para que todos participem. No que compete ao município de Coruripe, chamo a atenção para que o Prefeito Joaquim Beltrão, também participe dessa mudança. Ele precisa estar inserido no processo e os agentes do estado não podem deixar de ouvir a contribuição dele. Com a obra nos vamos ter uma economia pujante. Mas eu quero deixar claro que a luta e a idéia de quem levou o estaleiro para Alagoas foi minha, João Caldas da Silva”.

Quando o senhor fala que o impacto econômico é imediato na construção do estaleiro ao que se refere? Empregos e infra-estrutura? Poderia dar alguns exemplos?
“Só com a expectativa da construção do estaleiro já existe uma especulação imobiliária. Há uma valorização considerável. Em alguns casos o valor dos imóveis triplicou nos municípios do Baixo São Francisco. Hoje se fala em Coruripe, em estaleiro e indústria naval em todo o cenário internacional. Por isso, reforço que a licitação internacional é importantíssima para a transparência, para que todos participem do processo da construção do estaleiro. Temos exemplos como os coreanos da Hyundai, os japoneses, chineses, russos e os países do reino unido querendo investir no Brasil. Sem contar com os nossos empresários que já tem contratos com a Petrobras. Um pedacinho da indústria naval está lá no cais do Porto e já pode ser vista. Eu que inseri essa ideia e chamo a atenção que é uma oportunidade boa de emprego com essa construção. São oportunidades para quem está formado ou se formando seja no ensino. técnico ou superior. Cito algumas áreas que devem se expandir como Engenharia de petróleo, mecânico, eletricista e outras especialidades como carpinteiro, dentista, enfermeiros, designer, etc. Uma indústria naval é como construir uma cidade e por isso é preciso profissionais diversos. Além de tudo, pelo intercâmbio que isso provoca, a qualificação com conhecimento de outros idiomas também será observado”.

Mas para comportar tudo isso é necessário ampliar a estrutura dessas cidades? O que é necessário ser feito?
“Principalmente, você terá que aumentar o aeroporto de Penedo, duplicar a estrada até Maceió, duplicar também até Arapiraca, entre outras obras para o desenvolvimento. Aproveito para ressaltar que chegou a hora de falar a verdade sobre o estaleiro e por isso minha fala tem sido com veemência e faço um desabafo. Tem muita gente querendo aparecer se dizendo o pai da ideia, sendo que esses nunca falaram em estaleiro e se preocuparam com o futuro de Alagoas. Estão querendo se apropriar indevidamente do meu trabalho. Não vou deixar que nenhum discurso mentiroso se sobressaia querendo assumir uma paternidade que não é delas.

Deputado João Caldas, o senhor tem reforçado sempre a importância em agilizar a licitação. Uma força tarefa entre os municípios da região poderia auxiliar nisso?
“Eu quero a licitação, não podemos desperdiçar essa oportunidade. Chamo a atenção mais uma vez para os gestores público, especialmente de Coruripe, para participarem ativamente do processo. Eu sugeri ao Prefeito Joaquim Beltrão de que se faça um consórcio com as cidades da região para tomarem decisões conjuntas para o crescimento dos locais com a indústria naval. É uma grande oportunidade para o desenvolvimento de Alagoas. Que fique claro, foi o deputado João Caldas e mais ninguém que trouxe a indústria naval para Alagoas. Depois de andar o mundo inteiro discutindo o tema, participar da Comissão de Minas e Energia tive essa percepção e me perguntei por que não desenvolver o projeto de uma indústria naval na minha terra. Foi então que procurei o governador Teotonio Vilela [PSDB] e começamos um trabalho que vai dar frutos”.

O deputado foi pioneiro na ideia em construir o estaleiro em Alagoas. A que o senhor atribui o fato de vários políticos tentarem se vincular como os articuladores do projeto?
“Eu queria dizer ao meu povo de Alagoas que passei 5 anos ouvindo calado, mas agora chegou a hora de falar. Relembro uma passagem bíblica em Eclesiastes para dizer que debaixo do sol a tempo para tudo. A tempo de nascer, a tempo de morrer. A tempo de rir, a tempo de chorar. A tempo de plantar, a tempo de colher. A tempo de chuva, a tempo de sol. E agora é tempo de dizer a verdade! Que a minha luta, que aqueles que querem explorar a minha idéia, o meu trabalho, não vão conseguir isso. Quero que o Governador, após a licença do terreno que é público, que se faça a licitação para que os interessados do mundo inteiro venham fazer um estaleiro moderno. A arrecadação de impostos no Baixo São Francisco e em Alagoas vai ampliar significativamente com esse empreendimento. Com isso, podemos melhorar a saúde, educação, salário dos servidores e muitos outros benefícios”.