Inebriada pela história e manifestações populares de São Miguel dos Campos, a Casa da Cultura fez a intersecção entre o velho e o novo na comemoração dos seus trinta anos de existência, completos nesta terça-feira (04). A Casa, que abriga obras de artes de épocas diversas, livros históricos em sua biblioteca e um palco onde tantos artistas subiram para mostrar a alma da cultura alagoana, inaugurou em seu espaço um telecentro.
O ponto de acesso é fruto do Programa Alagoano de Inclusão Digital do Governo de Alagoas, que através da Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti) e do Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado de Alagoas (Itec) está fomentando a inclusão digital com programas diversificados e que já somam mais de 27 municípios atendidos.
O prédio tombado chega aos seus 170 anos e já foi de tudo um pouco, inclusive uma prisão. Hoje vira ponto de acesso ao mundo, oferecendo além da internet gratuita e livre acesso aos computadores, cursos de informática básica, um compromisso social. “Fechamos parceria com uma instituição privada e nesta quinta-feira começamos a inscrever os alunos para os cursos de informática, nesta primeira etapa serão 60 vagas ofertadas”, anuncia a diretora da Casa, Josse Leah Oliveira.

 Terceira idade

Uma das turmas será destinada para o grupo da terceira idade da Casa da Amizade, que em parceria com o Clube Rotary doou o ar-condicionado para climatizar o local. Aos 71 anos, a aposentada Berenice Monteiro diz se sentir jovem e ainda mais animada para começar as aulas de computação. “Vou ficar mais informada e segura dos acontecimentos quando aprender a usar o computador. A terceira idade estava precisando muito dessa oportunidade, pela nossa dificuldade em lidar com essa tecnologia”, comentou.
Nos agradecimentos do prefeito George Clemente à parceria do Governo de Alagoas com esse e outros projetos, e aos artistas de todos os tipos que foram citados nome, por nome na comemoração como forma de agradecimento pelo legado deixado à Casa da Cultura, bem como a todos os diretores da casa que, independente da administração, confraternizavam em conjunto os trintas anos, ressaltou-se o nome da Marli Ribeiro, uma das fundadoras da casa e do projeto de lei que a define.

 Benefício social

Marli, uma mulher de muitas histórias e conhecida no município pela representatividade e anos de serviço público como vereadora, não poupou elogios ao novo ponto de acesso. “É um avanço que chega para preencher uma lacuna, que nem sempre consegue ser suprida pela administração pública. Abrir as portas para a tecnologia é abrir as portas para o mundo. A informática é hoje uma necessidade, e esse espaço traz acima de tudo um benefício social”, completa Marli.
A cerimônia incluiu da banda sinfônica, ao ballet contemporâneo, da música popular, ao grafite nos muros do fundo, mas foi o passar simbólico da chave do telecentro das mãos dos representantes do Governo de Alagoas, Robson Paffer e Felipe Athayde, para as mãos da diretora da Casa da Cultura e do prefeito da cidade que encerraram a solenidade com um ar de começo. A partir de agora, as portas estão abertas para a comunidade.