Política
Guerra de bastidores mostra provável cisão no grupo de Oposição em Alagoas
Parece que nem tudo são flores no grupo de Oposição em Alagoas. Até dois meses atrás, os políticos que integram o grupo de oposição alinhavam os discursos e pareciam que marchariam unidos na busca da maioria das vagas na ALE e Câmara Federal, pela única cadeira no Senado e pelo Governo do Estado.
Na cabeça da mesa está o PMDB. O partido que detém a maior liderança política de Alagoas, o senador Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional. Além dele, o partido conta em suas hostes com alguns deputados federais e estaduais, a exemplo de Renan Filho (também cotado para o governo), bem como do ex-prefeito de Arapiraca Luciano Barbosa, que a princípio sairia candidato a deputado-federal.
Coadjuvando a oposição está o PTB do senador Fernando Collor (que busca a reeleição) e o PDT do ex-governador Ronaldo Lessa, que vai tentar pela primeira vez um mandato de deputado-federal.
Outros partidos da dita ‘base de Dilma’ também conversam com as três agremiações que lideram a “oposição” alagoana, a exemplo do PT (que já deu acenos a Biu de Lira, do lado governista) e do PCdoB que aguardam as dermaches políticas para se posicionar, sem excluir qualquer aliança político-eleitoral dentro da base do governo federal.
Nas mãos de Renan
Sabe-se que a condução do processo de discussão eleitoral e a escolha do candidato de Oposição aos partidos que fazem parte do governo estadual estão nas mãos do senador Renan Calheiros (PMDB).
Mas a demora (uns dizem que prudente) do Presidente do Senado em definir o candidato, parece escorrer como água, fato que aflige lideranças políticas como o senador Fernando Collor (PTB) e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) que desejam uma decisão imediata de Calheiros.
Em virtude da demora de Calheiros e também da possibilidade cada vez mais forte de se lançar o deputado-federal Renan Filho (PMDB) ao governo, na última semana, o ex-prefeito Cícero Almeida (PRTB), mais ligado à Lessa e Collor, teve seu nome lançado ao governo, o que abalou as hostes peemedebistas que acreditavam ter o controle do processo político, em que pese o PMDB “dispor” do PRTB, partido de Almeida em Alagoas.
O PMDB – pelo que se depreende – deseja uma ampla coalizão política juntando oposição e setores que participam do atual governo para a disputa do pleito de outubro, o que alguns partidos da oposição não aceitam.
Fala-se até que anda bastante “adiantada” a conversa entre o presidente do Senado e o vice-governador José Thomaz Nonô (DEM), numa possível dobradinha entre Renan Filho para o governo e Nonô para o senado com a possibilidade de apoio do governador tucano Teotônio Vilela.
Daí o “nascimento” da candidatura de Almeida que segundo pesquisas (que ninguém viu) desponta expressivamente na aceitação popular.
Disputa para o senado
Na guerra de bastidores, o PMDB contra atacou à posição de Collor e Almeida. Jogou para a imprensa que Luciano Barbosa poderá ser candidato ao senado da República, numa resposta imediata ao ataque de Fernando Collor.
E a informação é de que o ex-ministro da Integração nacional no governo FHC e ex-prefeito de Arapiraca, engenheiro Luciano Barbosa está entusiasmado com o resultado de uma pesquisa (para consumo interno) que lhe confere uma situação confortável na disputa pelo Senado Federal.
Barbosa tem conversado bastante com líderes do PMDB, e já disse que se o ‘cavalo passar selado’ não pensará duas vezes, e montado vai para a disputa. Luciano espera somente a definição de como ficará a majoritária para o governo.
E aí está o imbróglio que revela uma possível cisão e que nem tudo são flores na oposição alagoana.
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