Geral

Projeto de beneficiamento da fibra de bananeira gera emprego e renda para artesãs

07/12/2013
Projeto de beneficiamento da fibra de bananeira gera emprego e renda para artesãs

projetoimagemO que virava lixo, agora se transforma em utensílios e objetos como lixeiras, pastas, caixas, buquês de flores, entre outros. Esse é o Fibra Chã, criado a partir do projeto de extensão “Beneficiamento da Fibra da Bananeira na Comunidade da Chã da Jaqueira em Atalaia (AL)”. Ele foi vencedor do Prêmio Santander Universidade Solidária, em 2012, e foi beneficiado com recursos na ordem de R$100 mil para a compra de máquinas, equipamentos e materiais, destinados a 11 artesãs que fabricam diversas peças de artesanato, cuja matéria prima é a fibra extraída da folha da bananeira. Agora, os alunos e professores que atuam no projeto buscam o apoio do Sebrae Alagoas.
O projeto envolve alunos de vários cursos do Centro Universitário Cesmac, como Arquitetura e Urbanismo, Administração, Direito, Publicidade e Propaganda e Psicologia. Os alunos são preparados para repassar para as artesãs do Fibra Chã o que aprendem na academia, capacitando-os para suas atividades e para o mercado de trabalho. Entre as ações interdisciplinares feitas pelos estudantes está o desenvolvimento das peças e do design, feita com os alunos de Arquitetura e Urbanismo.
Além de ser premiado e virar referência nacional, o projeto originou o 1º Workshop sobre Empreendedorismo, que levou membros da comunidade de Atalaia a conhecerem o curso de Arquitetura e Urbanismo do Cesmac. Outra ação importante foi a visita ao projeto “Mulheres de Fibra”, em Maragogi, apoiado pelo Sebrae, ocasião em que houve troca de experiências e contatos entre as artesãs.
E para trazer ainda mais benefícios e reconhecimento para o grupo de artesãs, os diretores do Cesmac reuniram-se com a diretoria do Sebrae Alagoas para buscar uma parceria com a instituição através do Projeto Turismo em Maceió e Entorno e, assim, garantir apoio nas questões que envolvem comercialização, gestão e formalização.
Hannah Melo, professora do curso de Arquitetura e coordenadora do projeto de extensão, afirma que, com o apoio do Sebrae, as artesãs poderão organizar melhor as suas atividades, através de capacitações na área de produção, formação de preços e assessoria técnica. Depois disso, o Fibra Chã poderá conquistar espaço em feiras e eventos renomados e, no futuro, “caminhar com as próprias pernas”.
“O objetivo final é fazer com que as artesãs tenham a capacidade de produzir, estruturar e vender seus trabalhos sozinhas, gerando emprego e renda para a comunidade da Chã da Jaqueira”, acredita a coordenadora.
Douglas Apratto, vice-reitor do Cesmac, destacou a importância do Sebrae na divulgação e na orientação do público do Projeto Fibra Chã, que, além de contribuir para a geração de emprego e para a qualidade de vida das artesãs, também influencia a formação dos alunos que atuam no projeto.
“Esse trabalho amplia o envolvimento dos estudantes com o empreendedorismo e cria novos mecanismos para que eles possam acompanhar mais de perto como funcionam as micro e pequenas empresas”, afirma o vice-reitor.
Segundo Marcos Vieira, superintendente do Sebrae Alagoas, o futuro apoio da instituição visando à aproximação e à formalização desse público trará grandes oportunidades para as artesãs, que poderão, inclusive, vender seus produtos nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. “Caso as artesãs se preparem, podem alcançar abertura de mercado e reconhecimento internacional”, declara.

O Sebrae e a Fibra da Bananeira
Um exemplo de que o beneficiamento da fibra da bananeira pode ser uma alternativa de renda é a Associação Mulheres de Fibra. Já conhecida pelas artesãs do Projeto Fibra Chã, a associação cresceu depois do apoio do Sebrae e já tem sede própria. Além disso, as artesãs ampliaram seus mercados ao vender e expor seus produtos – como bolsas, caminhos de mesa, luminárias e jogos americanos – em vários eventos, como a Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Feneart), em Recife, e o Alagoas TrendHouse.