Política
Helicóptero apreendido pela PF foi o mesmo usado por Collor em campanha
O helicóptero “Esquilo Negro”, prefixo PT YOO, que o senador Fernando Collor usou em sua campanha para governador de Alagoas em 2010, e foi preso pela Polícia Federal, no aeroporto de Guararapes, em Recife, pertence à quadrilha de sonegadores de impostos, identificada e presa na Operação Abdalônimo. O aparelho era um dos transportes usados pelo empresário alagoano Walmer Almeida da Silva, acusado de ser cabeça da quadrilha que sonegou, nos últimos cinco anos, mais de R$ 300 milhões em impostos, em Alagoas e na Bahia.
Assim, desde a época de PC Farias, tesoureiro da campanha presidencial, que percorria o Brasil em seu learjet 55, o “Morcego Negro”, articulando um imenso esquema de corrupção, o atual senador Fernando Collor continua se envolvendo em falcatruas.
Se recuarmos um pouco, na manhã de 3 de outubro de 2010, logo depois de votar em Maceió e ser vaiado na sua sessão eleitoral, o senador Fernando Collor afirmou arrogante ao site UOL: “Vou pegar o helicóptero agora e viajar para o interior. Vou planejar ainda o que irei fazer”. E saiu acenando a bordo do “Esquilo Negro”, avaliado em R$ 2 milhões. Durante a campanha, ele pousou em quase todos os municípios de Alagoas, como símbolo de poder, ostentação, riqueza e luxo. Mas conseguiu juntar poucos votos.
Collor, na eleição de 2010, amargou um terceiro lugar no primeiro turno. E, agora, menos de três anos depois, no dia 26 de setembro, a Polícia Federal cumpriu um mandado de apreensão, no Aeroporto Internacional de Guararapes, em Recife, como parte da operação Abdalônimo. Bingo. O helicóptero, que chegava da Paraíba, era o mesmo PT YOO usado por Collor na campanha. Foi a segunda maior doação individual que ele declarou ter recebido na sua prestação de contas, calculada a R$ 2 500,00 a hora voada, num total de R$ 220 mil.
O helicóptero é propriedade da Setana Motors Comércio de Veículos, de Feira de Santa, Bahia, empresa de propriedade de Walmer Almeida da Silva. Foi apreendido por ser parte do esquema de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, falsidade ideológica e sonegação fiscal. A quadrilha, que montou cerca de 20 empresas laranjas, envolveu também a irmã de Walmer, Vitória Zoolo, proprietária de lojas em shoppings e uma revendedora de carros.
O empresário amigo e financiador da campanha de Collor, tido como violento, também responde pela morte de seu concorrente, Antônio Gonçalves Bezerra, em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, além de porte ilegal de armas. Sem contar a ostentação de propriedades como imóveis em condomínios de luxo, lojas em shopping, revendedoras de veículos (avião Embraer 810 D (prefixo PT VRA) e carros caros, entre eles Ferrari e Masetari, que não correspondiam às declarações de renda.
É esse dinheiro sujo que ajudou a financiar a campanha de Collor a governador do Estado, aumentando os eternos mistérios sobre seus fundos de campanha. Na época em que foi candidato a presidente, as “arrecadações” lhe renderam, mais de 20 milhões de dólares só em “sobras de campanha” – e que ninguém sabe onde foi parar. Mas o Esquilo Negro está parado, preso, enquanto o processo contra a quadrilha corre em segredo de justiça.
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