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Seminário discute política de humanização no atendimento às gestantes

18/09/2013

A Secretaria de Estado da Saúde realizou, nesta quarta-feira (18), o Seminário de Boas Práticas Neonatais para discutir gestão e política de humanização no que se refere ao atendimento às gestantes. Durante o encontro, o apoiador do Plano Nacional de Humanização (PHN) do Ministério da Saúde, Sérgio Aragaki, falou sobre cogestão nos serviços de saúde e mostrou as diretrizes do PHN.
A palestra teve como foco o nascimento como uma prática humanizada no serviço público. O Plano tem como princípio aumentar a capacidade de comunicação nas maternidades, estimular o protagonismo e a gestão de cada profissional.
“É necessário que cada enfermeiro, médico, recursos humanos, recepcionista, enfim, todos se comuniquem com os pacientes. É preciso escutar as necessidades de cada gestante e se esforçar para ajudar. Cada um precisa se questionar: como o trabalho está sendo feito?”, explicou Aragaki. “Cada funcionário precisa ser protagonista e isso não significa individualismo. O trabalho precisa ser compartilhado”, acrescentou.
De acordo com a coordenadora da Rede Cegonha em Alagoas, Syrlene Patriota, o evento teve também o objetivo de discutir a importância do parto natural e reduzir os índices de partos cesarianos. “Queremos sensibilizar e preparar os técnicos da Saúde para que eles entendam e informem às mães que o parto normal é mais saudável”, ressaltou.
O professor de pediatria da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Samir Kassar, também participou do evento e falou sobre os fatores associados ao parto cesariano. O encontro discutiu ainda temas como a presença do parceiro na sala de parto e o controle de qualidade do pré-natal.

Dados

De 2008 a 2013, foram realizados 109 mil partos em Maceió, dos quais 66 foram cesarianos. No primeiro semestre de 2013 foram registrados, em todo o Estado, mais de 11 mil partos cesarianos e 10 mil normais. O Sistema Único de Saúde (SUS) gastou cerca de R$ 90 milhões com cirurgias cesarianas e R$ 71 milhões com parto normal. O custo do parto natural varia entre R$ 422 e R$ 553 e o cirúrgico vai de R$ 545 a R$ 769 cada.
Esses dados do Ministério da Saúde chama a atenção dos especialistas para os riscos do parto cesariano até então desconhecidos pela maioria das mulheres. Syrlene Patriota explicou que, em muitos casos, as gestantes aceitam fazer a cirurgia sem cobrar esclarecimentos.palestra2
Os principais riscos da cesárea são de choque anafilático, infecção, inflamação, hemorragia, perda do útero e acretismo placentário – uma aderência anormal da placenta que prejudica a próxima gestação. A criança pode nascer prematura, adquirir dificuldades respiratórias ou sofrer consequências no futuro.
“Elas acham que é um procedimento simples, mas é uma cirurgia como outra qualquer; muitos desses bebês, que nascem de parto cesariano, são levados para UTI ou UCI Neonatal. Temos uma epidemia de prematuridades no Brasil”, alertou Syrlene.