Geral

Sorbone Alagoana

08/08/2012

Tangido pelos ventos do Vale do Paraíba no começo da década de sessenta aportei à Velha Uesa. O casarão ficava defronte ao prédio onde nascera a antiga Ceal, hoje, Distribuidora da Eletrobrás. À época, dezenas de estudantes do hinterland alagoano desfrutavam das benesses da Cesa, Casa dos Estudantes Secundaristas de Alagoas.

Antes, porém chegaram ao sodalício Dr. Ivan Barros, Juarez Ferreira (in memoriam), psiquiatra Pedro Teixeira Duarte, desembargador Antonio Sapucaia, deputado federal Albérico Cordeiro ( falecido), José Tadeu ( irmão), médico José Bernardes que se encontra noutra dimensão, e tantos outros expoentes que abrilhantaram a antiga Uesa, estuário de ideias alvissareiras que povoaram as academias, Grêmios Literários e, principalmente, àqueles que abrilhantaram o jornalismo alagoano.
No meu caso, particularmente, cheguei pelas mãos do meu querido mano economista Cícero Veiga, então diretor Tesoureiro da Cesa. Cuidava das finanças, ou seja, das verbas federais liberadas graças ao empenho do inesquecível deputado viçosense Oséas Cardoso.
Companheiros foram da minha estada naquela escola de aprendizado fácil: juizes de Direito Leonilzo de Freitas/Diógenes Tenório de Albuquerque, historiador /professor doutor Douglas Apratto Tenório, vice-reitor do Centro Universitário Cesmac; advogados Dirceu / Benigno Portela/ Jaime Florentino; jornalistas Paulo/ Tobias Granja ( falecidos); gazeteano Valmir Calheiros, coordenador de comunicação do TRE/AL; professor de Português muriciense Antonio Miguel dos Santos; poeta Nilson Fernando ( mano); Manoel Tenório, José de França, Ademar Teixeira ( paulojacintense); Jailton Balbino; promotor emérito Geraldo Dantas, pecuarista Normando Vasconcelos; auditor da Receita Federal Everaldo Magalhães etc.
O tempo passou, obedecendo cegamente à sua cronologia e, portanto, ultrapassando as cordilheiras, bem como as planícies da vida. Aliás, “… o futuro chega e se faz presente. O presente envelhece e se torna passado. E o tempo prossegue seguro com destino certo para outro futuro”.
Enveredei pela seara da escassez, ou seja, optei pelas Ciências Econômicas criada por Adam Smith em 1776. Graduei-me pela Ufal, especializei-me em planejamento governamental pela antiga Sudene, criada pelo inesquecível economista Celso Furtado, natural da bucólica Pombal encravada na terra de José Américo de Almeida, expoente máximo da Paraíba.
Atualmente, leciono Economia na Faculdade Cesmac Sertão, Economia e Administração Rural/Veterinária no Campus de Marechal Deodoro; Empreendedorismo na Faculdade Cesmac Agreste; e, por extensão, Economia Brasileira no Campus Professor Eduardo Almeida.
Na Tribuna Independente (edição de 20/7), Antonio Miguel da Silva, exímio Professor do vernáculo que se herdou de Camões/ Bilac, escrevera artigo intitulado: Uesa: celeiro de valores. Nele tece considerações sobre a minha singularíssima pessoa. Fiquei deveras lisonjeado e, ao mesmo tempo, feliz quando dissera: “Laurentino Veiga ocupa, como economista, posição de destaque, no estado. Professor a nível superior presidente da Associação Alagoana de Imprensa e com estilo claro e conciso, escreve, fascinantes e retumbantes artigos, nos principais jornais da terra de Graciliano Ramos”.
Generosidade do velho amigo. Extrapolou no gênero/ número / grau da amizade recíproca. Exagerou nos adjetivos e, por conseguinte, só tenho a lhe agradecer pela simpática crônica que agradou a todos contemplados pelo seu feeling muriciense. Dele tenho a honra de privar de sua fidalga amizade. Juntos formamos a galeria dos notáveis da Sorbone Alagoana. Quiçá, Miguel, calejados na peleja da vida vencemos. Que o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, seja generoso com os inquilinos da Cesa, dando-lhes o pão de cada dia.