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Índice de sobrevivência das MPE em Alagoas é maior que a média do Nordeste

06/08/2012

No Brasil, são criados anualmente mais de 1,2 milhão de novos empreendimentos formais. Desse total, mais de 99% são micro e pequenas empresas (MPE) e Empreendedores Individuais (EI). Estudos realizados no Brasil e no mundo mostram que os dois primeiros anos de atividade de uma nova empresa são os mais difíceis, o que faz com que três em cada dez não sobrevivam a esse período.

Entretanto, o último estudo realizado pelo Sebrae, divulgado no ano passado, aponta que, no Brasil, a cada 100 empreendimentos criados, 73 sobrevivem aos primeiros dois anos de atividade. A taxa supera a de países que são modelos de empreendedorismo, como a Itália, o que prova que a taxa de sobrevivência no país tem aumentado. Numa comparação local, Alagoas se destaca com uma taxa de 74%, que é superior ao índice do Nordeste, que é de 69,1%.

O bom desempenho das empresas alagoanas é resultado, dentre outros fatores, de um esforço conjunto do Sebrae com as demais instituições que estão preocupadas com o desenvolvimento empresarial, seja buscando melhorar o ambiente onde estão inseridos esses negócios, seja por meio da ampliação do atendimento direto aos empresários de micro e pequenos empreendimentos.

De acordo com a gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae Alagoas, Izabel Vasconcelos, o estado tem se destacado devido às estratégias adotadas para melhorar o ambiente empresarial, como a criação das duas Centrais Fácil, em Maceió e Arapiraca, onde é possível que o empresário receba orientações prévias para abrir sua empresa, permitindo que isso seja feito com custos e prazos de abertura reduzidos, e, o mais importante, planejando esse negócio, o que acarreta numa perspectiva maior de permanência no mercado.

“A ampliação do número de municípios que já aprovaram a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que já chega a 93, e o consequente aumento das Salas do Empreendedor são outras medidas que oferecem vantagens para o empreendedorismo, além de fazerem com que o empresário esteja mais informado e capacitado para manter sua empresa no mercado”, explica Izabel.

Uma MPE de sucesso

Jean Paul era consultor de uma grande empresa internacional de serviços e tecnologia quando percebeu que já tinha experiência suficiente de mercado para abrir a sua própria empresa. Assim, há 16 anos, surgiu a N-Tech, que desenvolve softwares, infraestruturas e segurança para outras empresas.

Como reconhecimento pela sua estabilidade e destaque no mercado, a N-tech já recebeu, em dois anos distintos, o Prêmio de Competitividade para Micro e Pequena Empresa – MPE Brasil. Para Jean Paul, o sucesso de seu negócio está na visão de mercado, que não se preocupa somente com a inovação e a busca por novas tecnologias, mas com a integração entre os funcionários e a empresa.

“Tento mostrar aos meus clientes que a tecnologia é uma oportunidade de alavancar o negócio. Ela não serve apenas para modernização ou informatização da empresa, não é apenas uma ferramenta simples e dispensável, mas ela pode ser o diferencial entre o sucesso e o fracasso do empresário”, ressalta Jean.

Mesmo com experiência de mercado, Jean acredita que a capacitação é fundamental para o desenvolvimento e o crescimento das micro e pequenas empresas. “Através do Sebrae, consegui desenvolver programas e ações que me proporcionaram mais conhecimento e crescimento, o que levou a minha empresa a sobreviver diante do mercado e a se desenvolver”, complementa.