Geral

Justiça de luto

31/07/2012

 Vez, por outra, o Estado perde figuras proeminentes de destaque no cenário político/ intelectual/ acadêmico / literário / empresarial que entristece a sociedade como um todo. São os desígnios de Deus que, a nível terráqueo, fogem à  compreensão pela dimensão aquém dos conhecimentos científicos.

No dia 20 de julho pretérito, a Justiça Alagoana ficou consternada com o falecimento do desembargador Gérson Omena Bezerra que, por sua vez, fora juiz de Direito da Comarca de Palmeira dos Índios na década de setenta. Amigo do promotor de justiça Dr. Ivan Barros, fundador do Jornal Tribuna do Sertão que se destaca pelos relevantes serviços prestados à coletividade.
Dir-se-ia que pela terra dos Xucurus deixou marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar. À época, aplicou a lei severamente àqueles que claudicaram  e, portanto, prolatou sentenças que estão inseridas no arcabouço jurídico caeté.
Ascendeu, por merecimento, à Corregedoria-Geral do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. Fez valer sua proficiência jurídica a serviço do bem comum e, ao mesmo tempo, marcou sua presença pela ética, probidade pública, e, especialmente, dando exemplo às gerações novas de magistrado probo.
Galgou, portanto, à presidência da Corte Alagoana e, por conseguinte, instalou o 1º Juizado de Pequenas Causas. Imprimiu uma administração austera, recheada de fatos/feitos que enobrecem a Casa da Justiça. Deixou registrado nos anais do tempo a sua marca de pensador jurídico moderno. Enfim, foi além de seu tempo pela clarividência que marcou toda sua bem-sucedida trajetória de magistrado compromissado com a coletividade.
Por tudo isso, fora recipendiário de diversas homenagens, a saber: denominação de seu preclaro nome ao 7° Juizado especial Civil e Criminal da capital (JECC).O Fórum da bucólica Traipu, encravada no baixo são Francisco, ostenta seu nome com galardão.
O tempo passou, obedecendo sua fiel cronologia. De repente, chega a hora determinada pelo Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, a fim de se prestar contas de tudo que se fez de bom na terra.
Doutor Gérson Omena Bezerra partiu deixando saudades imorredouras. Ficaram as boas lembranças de sua figura humana extraordinária. Padre Antonio Vieira legou à posteridade. “ Para se falar ao vento bastam palavras. Para se falar ao coração são necessárias obras.” Deixadas por uma celebridade que soube se conduzir com a decência, lisura, e, acima de tudo, com ética.
O conceituado médico Gérson Omena Filho, seu primogênito, segue as pegadas de seu ilustre genitor.A ele cabe a responsabilidade de continuar seu mister a serviço de todos. O pai enveredou pelos caminhos da justiça. Sabia perfeitamente que “ A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à a justiça em todo lugar.”
Casado com a engenheira da CASAL Ângela Cabral, dedicada esposa, saberá consolá-lo nessa hora triste. Ao lado de seu filhos, netos de um homem de bem, por certo, lembrar-se-ão da imagem amiga, solidária, justa que foi o desembargador Gérson Omena.
Conheci-o nas minhas andanças jornalísticas. Sempre solícito quando o procurava a fim de fazer as minhas matérias. Educado de origem, afável e, especialmente, fidalgo com às pessoas que o procuravam.
Justiça de luto traduz uma homenagem àquele que soube se conduzir como magistrado e, ao mesmo tempo, confirmando que é possível FAZER JUSTIÇA PARA TODOS. À Família, em meu nome e do mano economista Cícero Veiga, radicado no vizinho Estado de Sergipe, as minhas condolências pelo falecimento do doutor Gérson Omena Bezerra.