Geral
Quer cortar seus gastos? Cartão de crédito pode ajudar
23/07/2012
Você quer controlar seus gastos, mas não sabe por onde começar? Que tal concentrá-los em seu cartão de crédito? O que parece loucura para algumas pessoas pode funcionar para aquelas que têm muita disciplina e conseguem conter o ímpeto consumista. Por outro lado, se você não pode ver uma promoção que já vai sacando o cartão é melhor adotar outras táticas para não se endividar ou cair na armadilha de efetuar o pagamento mínimo da fatura.
Confira, abaixo, dicas de especialistas para fazer um uso saudável do cartão de crédito.
1 Não use o cartão não é complemento de renda
Para começo de conversa, é importante lembrar que o cartão de crédito deve ser encarado como uma forma de pagamento, e não como complemento de renda. Muitas pessoas pensam: não tenho dinheiro para pagar hoje, vou colocar no cartão de crédito e pagar no próximo mês. Aí no mês seguinte ela paga todo o cartão e não tem dinheiro para usar, então vai ter que pagar um novo mês financiada no cartão, afirma Gabriela Vale, consultora financeira pessoal da Libratta.
O professor de economia e finanças Otto Nogami, do Insper, explica que a ânsia pelo consumo às vezes supera a prudência em relação ao orçamento. É preciso encarar o cartão de crédito como um instrumento emergencial para compras, e ficar atento para não comprometer a renda futura, afirma.
2 Aplique parte do seu salário e concentre os gastos no cartão
Para os consumidores mais disciplinados, uma dica de Nogami é usar o cartão como mecanismo para ganhar tempo na hora de pagar as contas. Enquanto isso, o dinheiro que o consumidor já tem em mãos ele pode aplicar em um produto financeiro para ter um ganho.
A pessoa pode colocar boa parte do salário na poupança ou em outra aplicação de baixo risco e concentrar toda despesa no cartão de crédito, limitando-se ao valor que aplicou, explica. Com isso, segundo o professor do Insper, é possível ter até um pequeno ganho financeiro, dependendo do rendimento da aplicação escolhida.
Mas é preciso cuidado para que a fatura do cartão seja quitada na data exata, todos os meses. Caso contrário, a dica deixa de valer a pena, uma vez que o juro do cartão chega a 320% ao ano, muito superior ao rendimento das aplicações financeiras de baixo risco, de cerca de 6% ao ano.
3 Pontos nos programas de fidelidade: vantagem ou perda de dinheiro?
Outro ponto positivo de usar essa tática é acumular pontos nos programas de benefícios das operadoras de cartões de crédito, na opinião de Nogami. Esses pontos podem, no futuro, financiar férias ou a aquisição de produtos, se a pessoa souber usar, afirma.
No entanto, é preciso ter cuidado com esse pensamento. Anísio Castelo Branco, professor de finanças do Senac São Paulo e Presidente do Instituto Brasileiro de Finanças, Perícias e Cálculos (Ibrafin), alerta que essa tática pode acabar sendo uma ilusão. Ele comenta que os programas têm regras que restringem o acesso aos benefícios, como um prazo pequeno para a expiração dos pontos, por exemplo.
Assim, quem não acompanha de perto a pontuação dos cartões, não deve não deve usar o cartão pensando nos programas de benefícios, muito menos se motivar a comprar mais apenas pensando no acumulo de pontos. Por isso, Castelo Branco sugere que que o consumidor que não costuma usufruir dos prêmios use o cartão de crédito apenas para compras programadas, como viagens ou a aquisição de eletrodoméstico.
4 Gastos no exterior e na internet
O cartão é uma mão na roda para quem tem o hábito de viajar para fora do país, precisa alugar um carro ou quer fazer uma compra online, lembra Eliana Bussinger, autora do livro A Dieta do Bolso. Se você não tem cartão, está excluído do mundo virtual. Ele também é super prático para viagens ao exterior, pois não é preciso trocar dinheiro, lembra. Neste caso, os cartões pré-pagos de viagem são uma boa pedida, pois têm um Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de apenas 0,38% sobre o valor das compras, contra 6,38% dos cartões de crédito comuns.
5 Controle dos gastos
O cartão também pode ajudar a manter o orçamento no azul. Hoje em dia você consegue acompanhar a fatura e o desenrolar através do internet banking. Conforme você for fazendo os gastos, você vai acompanhando", lembra Ricardo Pereira, consultor financeiro do programa Consumidor Consciente, da MasterCard. Quando o cartão é utilizado de maneira correta, vira um aliado no controle financeiro, afirma.
Mas a dica só vale para quem já se acostumou a checar os lançamentos na internet com frequência. Caso contrário, o uso do cartão para pequenas compras do dia pode ter o efeito contrário e levar ao descontrole. O consumidor que não acompanha os gastos pode se perder nas compras e correr o risco de ter que pagar os altíssimos juros dos cartões, diz Castelo Branco, do Ibrafin.
6 Fuja do pagamento mínimo
Ao comprar mais do que seu orçamento permite, muitas pessoas constatam que, para pagar a fatura do cartão de crédito, será preciso comprometer boa parte da renda para evitar a inadimplência. Nesta situação, algumas podem cair na tentação de efetuar o pagamento mínimo da conta, e, com isso, ficam submetidas aos juros do rotativo do cartão de crédito, que podem chegar aos 320% ao ano. De repente, ele percebe que está tomando o dinheiro mais caro do mercado, explica Mario Sergio Romano de Andrade, consultor do Instituto de Organização Racional do Trabalho (Idort).
A solução para fugir desse círculo vicioso é aliar o controle do orçamento pessoal com a poupança. Assim, mesmo que a poupança não seja suficiente para cobrir o imprevisto, vai ter que tomar um empréstimo menor para cobrir o que faltar, ressalta o especialista. Se o consumidor não for tão precavido, a solução é apelar para um empréstimo mais barato, como o consignado, por exemplo. Dessa forma, você quita seu débito com o cartão de crédito com taxas de juros bem menores.
7 Fuja do impulso: deixe seu cartão em casa alguns dias
As compras feitas por impulso são o inimigo número um de quem quer terminar o mês no azul. Como cita Mario Sergio Romano de Andrade, do Idort: O cartão de crédito, para quem não sabe usar, é a melhor maneira de comprar uma coisa que você não precisa com dinheiro que você não tem. Por isso, ele sugere deixar o dinheiro de plástico em casa alguns dias da semana. Até porque abrir mão do dinheiro de papel é bem mais dolorido, conforme mostram pesquisas. O cartão tem uma invisibilidade de número, ressalta a escritora Eliana Bussinger.
Mais lidas
-
1ECONOMIA
Brasil deve aproveitar presidência do BRICS para avançar na desdolarização, apontam especialistas
-
2CÚPULA
Entrada de 9 países no BRICS como parceiros mostra que o grupo 'oferece um paradigma mais inclusivo'
-
3FEMINICÍDIO
Preso policial suspeito de matar feirante em hotel de Palmeira dos Índios
-
4OPORTUNIDADE
Uncisal inscreve até hoje (7 de janeiro) para cursos de graduação e pós-graduação a distância pela UAB
-
5MUSEU DE NOVIDADES
Novas nomeações reforçam influência da gestão passada em Palmeira dos Índios