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Bálsamo: da irrigação em Alagoas para abastecimento de empresas em Pernambuco

17/07/2012

Enquanto o governo de Alagoas e a prefeitura de Palmeira dos Índios alardeiam que vão realizar novos estudos para implementar uma nova área de irrigação no município para utilização da Barragem do Bálsamo – uma obra orçada em R$46 milhões de Reais – o estado de Pernambuco se beneficia da barragem, utilizando-a para abastecimento humano e fornecimento de água para empresas de grande porte instaladas por lá.


Um crime contra Alagoas, cuja consequência é gravíssima para o desenvolvimento agrícola de Palmeira dos Índios, que tinha a perspectiva de que a utilização da barragem (de uso exclusivo para irrigação) fosse a redenção econômica do povo pobre e sofrido da região. Mas tudo não passou de um ledo engano. A força política de Pernambuco superou a inércia e sonolência de nossos representantes com mandato (prefeito e deputado), que ignoram o fato (já público e notório na região) e que incomoda severamente o cidadão atento às coisas públicas.

Modificação do projeto original


A obra da Barragem do Bálsamo contou com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e iria fomentar projetos de irrigação para fruticultura e hortaliças. Orçada em R$ 78 milhões (custo total) e com 70% do projeto concluído, ela também iria contemplar projetos de piscicultura em Alagoas, porém hoje só serve a Pernambuco.

O objetivo da construção era garantir irrigação para pequenos e médios produtores cultivarem principalmente frutas e hortaliças.

O projeto de irrigação que foi lançado em 2000, até hoje, doze anos depois, ainda não foi totalmente concluído, pois falta ainda a segunda etapa, que compreende a implantação do sistema de irrigação envolvendo a estrutura de captação, linha de recalque, sistema adutor primário e o sistema parcelar para os 700 hectares da região, que originariamente, estavam assim constituídos: 600ha, constituído de 76 lotes de 7,8ha, destinados a fruticultura: Pinha, manga, graviola e goiaba e 100ha, constituído de 47 lotes de 2,1ha, destinados a horticultura: Tomate, couve, pepino e abobrinha.

A irrigação dessas terras iria gerar 700 empregos diretos e 840 empregos indiretos, beneficiando uma população de 7700 habitantes.

Um dos que estão indignados com a moleza dos políticos locais é o ex-secretário municipal (da gestão Albérico Cordeiro) Marcos Bezerra Souza, o popular Marcos Parreco.

Marcos acusa que “depois de se investir R$ 46 milhões na construção da Barragem do Bálsamo, modificar o projeto original, que beneficiava com água os pomares de pinha da região frutífera de Palmeira, Estrela de Alagoas e Igaci, o governo do Estado e a Prefeitura de Palmeira, assistem a Barragem ser utilizada pela empresa Brasil Food, enquanto desnecessariamente, querem desapropriar uma área, que hoje é produtora de leite, para criar uma nova área para irrigar terras, abandonando como foi normal nos últimos 3 anos e meio, os produtores de pinha da nossa região. Imagine o custo dessa área a ser desapropriada, enquanto poderia se investir só na distribuição da água nos pomares implantados a mais de 40 anos?”, ressalta.

Para o ex-secretário Marcos Parreco tudo isso é um absurdo que deve ser coibido com urgência. Com a palavra o Ministério Público Federal.