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Honrosa exceção

14/07/2012

  Guilherme Palmeira como Prefeito de Maceió teve uma atuação extraordinária, recebeu a Prefeitura com salário do funcionário público atrasado 9 meses, conseguiu colocar em dia, Convocou um secretariado com técnicos competentes, transformou Maceió em um canteiro de obras, fez uma revolução na maneira de administrar o bem público com austeridade. Pena ter durado pouco, Alagoas precisou de seus serviços como Senador da República. Com muito orgulho fui Secretário de Desenvolvimento Urbano e pela determinação e pulso forte de Guilherme, tentamos consertar a ocupação urbana calamitosa. Certa vez saí à frente da equipe da SMDU às 6:00 horas da manhã, derrubamos 12 outdoors colocados indevidamente na ladeira da antiga rodoviária, eu sabia que às 8:00 horas chegaria uma liminar proibindo a derrubada dos outdoors. Deu-se a confusão, o juiz mandou me prender, tive que me esconder. Guilherme num belo gesto assumiu a responsabilidade. Certo dia a Gazeta de Alagoas publicou um editorial que me envaideceu, lendo hoje, vemos que pouca coisa mudou nesses 22 anos.


Honrosa Exceção

Edital de primeira página da Gazeta de Alagoas publicado em 17/Fev/1990


A Prefeitura de Maceió, por iniciativa do secretário Carlito Lima, suspendeu por 48 horas o funcionamento de uma barraca na Jatiúca que insiste em violar as determinações de limitar o volume do som, atentando assim contra a tranqüilidade de milhares de pessoas.
A providência do secretário Lima começa a redimir as autoridades municipais da atitude contemplativa, quando não cúmplice, com relação à depredação da cidade, em praias e praças, por uma minoria que se apossou de áreas públicas e delas dispõe como julga mais conveniente, mesmo as custa de enorme prejuízo para a coletividade.
A barraca que foi suspensa, por longo tempo, perturbou a vida de incontáveis pessoas que moram nas proximidades da chamada curva do Alagoinhas, quando estava instalada num terreno particular.
Vender terrenos particulares ou alugá-los a terceiros a bom dinheiro e se apossar de áreas em praças e praias de Maceió, passou a ser, aliás, atividade de rotina em Maceió, mais do que em qualquer outra cidade brasileira.
A mudança de titular da pasta da Marinha faz renascer as esperanças inclusive de que seja cancelada a permissão concedida há priscas eras, que interrompeu a praia e alterou o comportamento das correntes marinhas, comprometendo de maneira grave a estética do litoral e o direito de ir e vir das pessoas – “Clube” Alagoinhas…
A atitude do secretário Carlito Lima que, repita-se, começa a limpar a imagem da administração municipal não que diz respeito ao tratamento dos que ocupam indevida e indebitamente áreas públicas, é apenas o começo de uma longa jornada que conta com o apoio de todos os maceioenses que querem ver a cidade limpa e livre da poluição que espalha lixo, desordem e outros inconvenientes ao seu redor.
Muito mais resta ainda por fazer.
O chamado terminal turístico, herança maldita de uma época em que as áreas públicas em Maceió foram rateadas, a vendidas e alugada à torto e à direito, é hoje um pardieiro sujo, cercado por uma favela também erroneamente denominada de feirinha.
Ao invés de feirinha, o que prolifera, numa área outrora nobre da cidade, é um amontoado de quartos de madeira; que servem de estacionamento a irregulares. 
Ao longo de todo litoral maceioense, espalham-se cadeiras velhas, bujões de gás, cacos de vidros e incontáveis outros detritos.
Não é exagero dizer que metade da estrutura da municipalidade destinada à coleta do lixo é voltada para as mais de 60 barracas que fora entregues a afilhados de políticos ou a concessionários de revenda de bebidas alcoólicas.
Desmontar toda essa estrutura perniciosa será uma tarefa dificílima, que só ocorrerá quando existir em Maceió uma verdadeira opinião pública.
Enquanto puderem, os políticos que trocam votos por pedaços de áreas que deveriam ser para o lazer da população, continuarão com seus expedientes irregulares.
O secretário Carlito Lima, por enquanto, é uma exceção.
Honrosa exceção.