Geral

Respostas para crise mundial

28/05/2012

O governo acaba de reduzir o Imposto Sobre Produtos Industrializados na aquisição de veículos automotores. Também reduziu o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para todas as operações de crédito de pessoas físicas, em vigor desde o dia 23 de maio.

O conjunto de medidas pretende estimular o crédito no país e a principal delas, a redução do IPI, vale até 31 de agosto. O objetivo é claramente estimular a atividade econômica diante do agravamento da crise financeira internacional, notadamente na zona do Euro, e das flutuações da moeda norte-americana, que podem afetar a meta inflacionária no Brasil.
São medidas positivas que, entretanto, acabam por afetar negativamente as receitas dos Estados e Municípios em relação aos Fundos de Participação de Estados e Municípios. Entes da federação que devem ser recompensados, já que se encontram com grandes dificuldades financeiras em virtude de suas obrigações e do centralismo fiscal.
Esse esforço do governo brasileiro diante da volatilidade externa demonstra que a área econômica está atenta aos repiques da crise e está agindo cirurgicamente, como fez recentemente com a política de juros. As medidas de desoneração estão sendo adotadas pelo governo desde a crise de 2008/2009 e se mostraram eficientes na manutenção do nível da atividade econômica com o aquecimento do consumo interno.
De acordo com os dados disponíveis, especialmente o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB –, o país fechou o primeiro trimestre de 2012 com alta de 0,15% ante o trimestre anterior.
Isso indica uma modesta desaceleração e, por esta razão, é tempestivo este conjunto de medidas para estimular o consumo e manter o nível da atividade econômica. Para a aquisição de automóveis o IPI foi reduzido em todas as categorias para importados e nacionais. A expectativa é de que o preço final para o consumidor seja reduzido em 10%.
Fica claro que as autoridades econômicas estão com a atenção redobrada nesta sintonia fina entre o crédito e adimplência. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, externou a preocupação na audiência do Senado Federal e acenou com novas medidas nesta área.
O governo está monitorando todos os indicadores econômicos e que esta atuação pontual mostrará que o Brasil, mais uma vez, está preparado para enfrentar um eventual agravamento da crise mundial e saberá superar mais este cenário adverso.