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Arapiraca mais conhecida como Capital das Motocicletas

19/03/2012

Elas totalizam mais de 60% dos meios de transportes circulando em Arapiraca. Um número grande para uma cidade com aproximadamente 216 mil habitantes. São elas as conhecidas motocicletas, umas das ferramentas de trabalho mais requisitada nos últimos 10 anos em Arapiraca.
Não precisa ir muito longe para encontrar um aglomerado de motos, os conhecidos motostaxistas, uma profissão que até pouco tempo servia apenas como meio de complementar o orçamento familiar. Agora ser motoqueiro virou profissão regulamentada pela Superintendência de Transporte e Transito de Arapiraca.
Rodando pela cidade são mais de 670 profissionais regulamentados e mais de 2000 clandestinos. Há pouco menos de seis meses a categoria se organizou e formou um sindicato. Pela primeira vez os profissionais realizaram eleições e foi escolhido um presidente para cobrar os direitos da classe, fiscalizar e organizar a categoria. Desde o final do ano passado, o presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Arapiraca, José Marcelo dos Santos, o Marcelo Coiote, tem feito vários apelos pedindo mais fiscalização contra os clandestinos.
De acordo com o presidente uma grande parte dos profissionais não são cadastrados e acaba atrapalhando o serviço dos credenciados. Ele pediu uma maior fiscalização por parte da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), órgão que realiza a inspeção. “Existem motoqueiros que não são cadastrados que mandaram confeccionar coletes falsos para poder circularem em Arapiraca. Pagamos nossos impostos e acabamos sendo os maiores prejudicados. É preciso uma maior fiscalização por parte da SMTT” disse Marcelo.
Segundo o Coordenador de Transito da Superintendência, Marcos Pepeu, as denuncias estão sendo apuradas pelo órgão. Um motoqueiro foi detido com um colete falso e foi encaminhado para prestar esclarecimento. O caso será entregue ao Ministério Público.
Mesmo com a falta de fiscalização e com poucas vagas para se cadastrar ser mototaxistas virou uma profissão lucrativa e que cresce a cada dia. Por ser um meio de transporte rápido e mais em conta que os táxis, são bastante procurados pela população.
“Já tenho um motoqueiro que me pega na faculdade todos os dias e me deixa em casa. É mais seguro que esperar nos pontos de ônibus”, disse Natália Lima, estudante de Administração de uma universidade em Arapiraca.
Mas a opção da moto deixa um impasse. João Carlo, garçom em um restaurante no centro de Arapiraca, ao sair do trabalho, por volta da 22 horas, parou um mototaxista para que ele o levasse no bairro da Cohab Nova, nas imediações do Baixão o motoqueiro parou a moto e declarou ser um assalto. “ Deixei meu trabalho e até hoje meu coração dispara quando vejo uma moto se aproximar. Fiquei traumatizado”, desabafou João.