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Taxas recuam com baixa liquidez e atenção ao cenário fiscal e eleitoral
Juros futuros caem em sessão esvaziada, com operadores atentos à movimentação eleitoral e possíveis impactos fiscais.
Após alta pela manhã, os juros futuros recuaram no período da tarde desta sexta-feira, 26, em meio a uma liquidez reduzida entre o Natal e o Ano Novo, favorecendo ajustes de posição. No pano de fundo do mercado, o cenário fiscal-eleitoral ganhou destaque com a carta do ex-presidente Jair Bolsonaro, que confirmou apoio à pré-candidatura do filho Flávio Bolsonaro, e com pesquisa eleitoral sugerindo que outros nomes, inclusive o do senador, podem ser competitivos em um eventual segundo turno contra o presidente Lula.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 encerrou em 13,73%, ante 13,828% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2029 caiu para 13,22%, de 13,317%, e o contrato para janeiro de 2031 fechou em 13,53%, de 13,608% no ajuste de terça-feira, 23. Em relação à semana anterior, a curva a termo apresentou leve fechamento.
Segundo Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, é difícil apontar o principal fator de influência no mercado nesta sexta-feira, considerada "semiferiado", devido à liquidez muito baixa. Para ele, como não houve divulgação de dados macroeconômicos relevantes no Brasil ou no exterior, nem movimentações políticas expressivas, o comportamento da curva a termo refletiu principalmente ajustes de posição.
Entre os ativos que costumam impactar os juros futuros, o dólar à vista subiu 0,24%, cotado a R$ 5,54, enquanto a curva dos Treasuries nos Estados Unidos teve desempenho misto, com queda na ponta curta e leve alta nos prazos intermediário e longo.
Ainda assim, o cenário eleitoral continua sendo o principal fator de influência nos últimos pregões, com operadores atentos às chances de uma eventual troca de governo em 2026, que, segundo a tese do mercado financeiro, poderia resultar em uma reforma fiscal considerada positiva para os ativos domésticos.
Na quinta-feira, 25, o senador e pré-candidato à Presidência, Flávio Bolsonaro, afirmou ter recebido com emoção a carta de apoio do pai. O documento, divulgado ontem, destaca que a decisão de Jair Bolsonaro em indicá-lo está "amparada no desejo de preservar a representação daqueles que confiaram" nele.
Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas apontou empate técnico entre o presidente Lula e os nomes de Jair Bolsonaro (PL), Flávio Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro (PL) e Ratinho Jr. (PSD). Para Tavares, da BGC, "o mercado está no trade de troca de governo e precisa ver essa mudança de ciclo econômico para engatar o otimismo que deseja". Ele avalia que a pesquisa desta sexta-feira indica que "talvez não seja apenas Tarcísio que tenha competitividade suficiente para vencer Lula, pois Flávio, em menos de 30 dias de candidatura, já está empatando com o presidente".
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