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Descoberta de 1.400 anos no deserto da Judeia lança luz sobre peregrinações cristãs
Molde de calcário revela detalhes sobre indústria de lembranças religiosas e o fluxo de peregrinos na era bizantina.
Arqueólogos identificaram um raro molde de calcário na região de Hircânia, no deserto da Judeia, utilizado há mais de 1.400 anos para produzir frascos de peregrinação, segundo informa o portal Arkeonews.
De acordo com a publicação, a descoberta amplia o entendimento sobre a dimensão e o simbolismo das peregrinações cristãs durante o período bizantino e revela uma próspera indústria local dedicada a fornecer lembranças religiosas da Terra Santa aos viajantes.
O artefato, um molde de duas partes para fundição de pequenos vasos conhecidos como ampolas, apresenta uma cruz ornamentada e uma inscrição em grego, traduzida como "Bênção do Senhor dos lugares santos".

"Esses frascos provavelmente eram preenchidos com óleo, água ou terra, associados a locais sagrados, que os peregrinos levavam pelo Mediterrâneo como recordações tangíveis de sua jornada", destaca a publicação.
Segundo os arqueólogos, o molde remonta aos séculos VI e VII d.C., época em que comunidades cristãs e centros monásticos floresciam em todo o deserto da Judeia.
"Vasos semelhantes foram encontrados até mesmo no norte da Itália, evidenciando as extensas redes de fé, viagens e comércio que conectavam a região ao Império Bizantino", acrescenta o texto.
O molde recém-descoberto foi localizado junto a outros artefatos relevantes, como moedas, um anel de ouro, fragmentos de inscrições e a tampa de um relicário de pedra.

Os arqueólogos Oren Gutfeld e Michal Haber, responsáveis pela escavação, consideram o molde uma evidência direta da "florescente indústria de peregrinação cristã" que existia na região durante a era bizantina.
"Ampolas não eram apenas lembranças, mas objetos de adoração — bênçãos portáteis que os viajantes levavam para suas cidades natais", ressalta o artigo.
A produção desses frascos sugere que oficinas de artesanato funcionavam em paralelo às comunidades monásticas, sendo administradas por artesãos locais ou comerciantes visitantes.
Segundo a publicação, a descoberta também explica a presença de vasos semelhantes na Europa e no Oriente Médio. Durante o retorno para casa, peregrinos difundiam motivos artísticos, inscrições e rituais religiosos que remetem à geografia sagrada da Terra Santa.
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