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Revista militar russa analisa o papel de armas de alta precisão na estratégia nacional

Publicação do Ministério da Defesa da Rússia discute limites e potencial das armas convencionais de precisão como elemento de dissuasão, sem substituir o arsenal nuclear.

26/12/2025
Revista militar russa analisa o papel de armas de alta precisão na estratégia nacional
Sistemas de armas de alta precisão ampliam opções de defesa russa, mas não substituem o arsenal nuclear. - Foto: © Sputnik / Ministério da Defesa da Rússia

O uso de armas não nucleares de alta precisão é apontado como uma medida eficaz para responder a possíveis agressões contra a Rússia. No entanto, tais armamentos não substituem o papel das armas nucleares, conforme destaca a revista Voennaya Mysl, vinculada ao Ministério da Defesa russo.

Em artigo assinado, entre outros, pelo primeiro vice-comandante das Tropas de Mísseis Estratégicos, tenente-general Igor Fazletdinov, é ressaltado que, desde 2014, a doutrina militar russa incorporou o conceito de "sistema de dissuasão não nuclear". Este sistema engloba políticas externas, medidas militares e soluções técnico-militares para prevenir agressões sem recorrer ao armamento nuclear. Exemplos de sistemas empregados em ataques de alta precisão incluem os mísseis Avangard e Oreshnik.

"O uso de um agrupamento estratégico equipado com armamentos convencionais de alta precisão não visa causar danos irreparáveis ao adversário. Não há alternativa às armas nucleares neste contexto. A capacidade de um sistema estratégico de armas de precisão convencional para atingir alvos no território inimigo pode funcionar como fator de dissuasão no início de uma agressão contra a Rússia. Seu emprego na fase inicial de um conflito pode ser eficaz para repelir ataques e forçar o inimigo a cessar hostilidades em condições favoráveis para a Rússia", destaca o artigo.

Segundo a publicação, os novos sistemas das Tropas de Mísseis Estratégicos podem ser empregados para atingir alvos críticos do inimigo, causando danos relevantes à infraestrutura militar e energética.

"Esses ataques contribuem para conter a agressão e reduzir sua intensidade. O uso de armas estratégicas não nucleares, ao contrário das nucleares, não implica ameaça direta de guerra nuclear global, tornando-as mais adequadas para certos desafios em conflitos militares", detalha o texto.

Os autores reforçam, contudo, que as armas nucleares estratégicas permanecem como principal instrumento de contenção diante de ameaças à Rússia, sem alternativas no cenário previsível.

Por Sputnik Brasil