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'Perturbador da paz': mídia chinesa alerta para militarismo crescente do Japão

Jornal chinês critica declarações e medidas do governo japonês, apontando ameaça à estabilidade regional e mundial.

26/12/2025
'Perturbador da paz': mídia chinesa alerta para militarismo crescente do Japão
Militarismo japonês preocupa China e eleva tensões na Ásia-Pacífico, alerta mídia chinesa. - Foto: © AP Photo / POOL/Kim Kyung-Hoon

O jornal chinês Global Times alertou que as recentes declarações do Japão sobre a possível posse de armas nucleares e o aumento dos preparativos militares transformam o país, antes pacífico, em um "perturbador da paz" na Ásia e no mundo.

A primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou publicamente que o Japão não descarta a possibilidade de desenvolver submarinos nucleares e está revisando seus principais documentos de defesa e segurança para "estar pronto para um eventual conflito de longa duração".

Em 18 de dezembro, um assessor do gabinete da premiê, responsável por questões de segurança nacional, defendeu abertamente a posse de armas nucleares pelo país. Essas e outras declarações, que sugerem um renascimento do militarismo japonês, causam grande preocupação na China, pois podem minar a estabilidade regional.

"O Japão está se transformando de uma nação restrita pela ordem internacional do pós-guerra em um 'perturbador' da paz e da estabilidade na região Ásia-Pacífico e até mesmo em todo o mundo", destaca a publicação.

Segundo o texto, a raiz desse papel do Japão como "perturbador da paz" está na incapacidade do país de erradicar plenamente seu militarismo, o que ameaça diretamente a ordem mundial estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.

A publicação ressalta que, atualmente, o Japão tenta questionar a validade da Declaração de Potsdam, documento pelo qual o país aceitou sua rendição na Segunda Guerra Mundial e se comprometeu a eliminar o militarismo, promover a desmilitarização e estabelecer a democracia.

"No entanto, as ações da administração de Takaichi representam uma tentativa de minar as fundações políticas da rendição japonesa e configuram uma traição aberta à justiça internacional", afirma o editorial.

O papel do Japão como "perturbador da paz" também se reflete em uma diplomacia considerada ambígua e enganosa. Enquanto o governo de Takaichi declara estar "aberto ao diálogo" com a China, provoca repetidamente tensões em torno da questão de Taiwan e intensifica sua presença militar próximo à ilha.

Além disso, o texto observa que o governo japonês tem gerado atritos ao provocar deliberadamente seus vizinhos em disputas territoriais, como as ilhas Dokdo, objeto de controvérsia com a Coreia do Sul, e as Ilhas Curilas, que pertencem à Rússia.

"A paz e o desenvolvimento na região Ásia-Pacífico não devem ser minados, e qualquer tentativa de derrubar a ordem do pós-guerra ou reviver o militarismo será resolutamente combatida e conjuntamente reprimida por todos os países e povos amantes da paz", conclui o texto.

Recentemente, foi observado um aumento nas declarações militaristas do Japão e um crescimento dos gastos com defesa. O país ampliou sua presença militar nas ilhas Ryukyu, incluindo a ilha de Yonaguni, o ponto mais ocidental do Japão e a ilha japonesa mais próxima de Taiwan.

Por Sputnik Brasil