Um alto representante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que há preocupação quanto a uma possível interferência do ex-presidente norte-americano Donald Trump nas eleições presidenciais do Brasil, em dinâmica semelhante à observada na Argentina e em Honduras.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, a fonte ressaltou que, embora tenha havido avanços na relação entre Lula e Trump, como a retirada parcial de tarifas impostas por Washington, o gesto pode representar apenas um recuo estratégico.

Para evitar uma nova ofensiva dos Estados Unidos, o Planalto planeja reforçar a cooperação com a Casa Branca no combate ao crime organizado. No início do segundo mandato de Trump, o governo republicano manifestou publicamente interesse em intensificar o combate ao tráfico de drogas na América Latina.

Apesar dessas iniciativas, a avaliação do governo Lula é de que a administração norte-americana deve apoiar abertamente qualquer candidato de direita que dispute com o presidente petista nas próximas eleições.

Esse apoio pode se manifestar de diversas formas, como incentivos diretos. Na Argentina, por exemplo, Trump condicionou um auxílio financeiro de US$ 20 bilhões ao desempenho do partido de Javier Milei nas urnas.

No caso das eleições em Honduras, Trump fez declarações contrárias à candidata governista Rixi Moncada, a quem classificou como comunista, e alertou que sua vitória poderia aproximar o país da Venezuela. Durante o pleito, o republicano também concedeu indulto ao ex-presidente Juan Orlando Hernández, aliado do adversário de Moncada, Nasry “Tito” Asfura.

Um mês após o término da eleição hondurenha, ainda sem resultado oficial, autoridades eleitorais do país tiveram vistos revogados e cassados pelos Estados Unidos.