As despesas previdenciárias, já elevadas, terão um acréscimo de R$ 39,1 bilhões em 2026 devido ao novo salário mínimo, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O piso nacional será reajustado para R$ 1.621,00, representando um aumento nominal de 6,79% em relação ao valor atual.

O Dieese ressalta que o reajuste do salário mínimo segue as diretrizes da Lei 14.663, de agosto de 2023, que institui uma política permanente de valorização do piso, em consonância com a Lei Complementar 200/2023. Pela legislação, o reajuste considera a variação do INPC do ano anterior e o crescimento do PIB dos dois anos anteriores.

No entanto, para fins fiscais, a Lei Complementar 200 determina que o crescimento real das despesas federais não pode exceder 2,5%. Assim, o reajuste do mínimo para 2026 incorpora a variação do INPC — de 4,18% entre dezembro do ano passado e novembro deste ano —, mas limita a variação do PIB a 2,5%, mesmo que o índice acumulado nos dois anos anteriores tenha sido de 3,4%.

Com esses parâmetros, o aumento nominal do salário mínimo será de R$ 103, valor que será incorporado à remuneração de 61,9 milhões de brasileiros a partir de 1º de janeiro de 2026. Segundo cálculos do Dieese, isso representará uma injeção de R$ 81,7 bilhões na economia.

Na Previdência Social, o reajuste impactará 46% dos beneficiários, o que corresponde a 70,8% do total. Conforme o Dieese, cada R$ 1 acrescentado ao salário mínimo implica um impacto de R$ 380,5 milhões nas contas previdenciárias. Com o reajuste de R$ 103, o efeito será de R$ 39,1 bilhões.