Finanças

Senador anuncia coleta de assinaturas para investigar relação de Alexandre de Moraes com Banco Master

Esposa do ministro Alexandre de Moraes tinha contrato milionário com o banco, aponta reportagem

Agência O Globo - 23/12/2025
Senador anuncia coleta de assinaturas para investigar relação de Alexandre de Moraes com Banco Master
Alessandro Vieira (MDB-SE) - Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou que, após o recesso legislativo, iniciará a coleta de assinaturas para investigar a relação entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o Banco Master.

A iniciativa ocorre após a colunista Malu Gaspar, do O Globo, revelar que Moraes procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes, supostamente pressionando em favor da instituição.

Segundo a reportagem, Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, mantém um contrato de prestação de serviços advocatícios com o Banco Master. O acordo prevê pagamentos de R$ 3,6 milhões mensais durante três anos, a partir de 2024.

"Após o recesso vou coletar as assinaturas para investigação de notícias sobre um contrato entre o Banco Master e o escritório da família do ministro Moraes, de 129 milhões de reais, fora do padrão da advocacia, além desta notícia de atuação direta do ministro em favor do banco", declarou Vieira em suas redes sociais.

Liquidação do banco

Em novembro, Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, foi preso em operação da Polícia Federal, e o Banco Central determinou a liquidação da instituição. A medida foi tomada menos de 24 horas após o anúncio da venda do banco para a Fictor Holding Financeira.

De acordo com o Banco Central, a liquidação ocorre em casos de insolvência irrecuperável ou graves infrações às normas do setor. Diferente do RAET, nesse regime as atividades do banco são encerradas. Desde a prisão, surgiram indícios de ligações de Vorcaro com diversas autoridades e políticos em Brasília.

O empresário mantinha em seu celular uma lista de contatos que incluía ministros do STF e membros da cúpula do Congresso Nacional.