Finanças

Senador anuncia coleta de assinaturas para CPI sobre relação de Moraes com Banco Master

Esposa do ministro Alexandre de Moraes mantinha contrato milionário com o banco investigado

Agência O Globo - 22/12/2025
Senador anuncia coleta de assinaturas para CPI sobre relação de Moraes com Banco Master
Alessandro Vieira (MDB-SE) - Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) declarou que, após o recesso legislativo, iniciará a coleta de assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a relação entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o Banco Master.

A movimentação ocorre após reportagem da colunista Malu Gaspar, do O GLOBO, revelar que Moraes procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao menos quatro vezes para pressionar em favor do banco.

Segundo a colunista, Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, mantém contrato de prestação de serviços com o Banco Master, por meio de seu escritório de advocacia. O acordo prevê pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões durante três anos, a partir de 2024.

“Após o recesso vou coletar as assinaturas para investigação de notícias sobre um contrato entre o Banco Master e o escritório da família do ministro Moraes, de 129 milhões de reais, fora do padrão da advocacia, além desta notícia de atuação direta do ministro em favor do banco”, afirmou Vieira.

Em novembro, Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, foi preso durante uma operação da Polícia Federal, levando o Banco Central a determinar a liquidação da instituição. A medida foi decretada menos de 24 horas após o anúncio da venda do banco para a Fictor Holding Financeira.

De acordo com o Banco Central, o regime de liquidação é adotado em casos de insolvência irrecuperável ou graves infrações às normas do setor. No RAET, as atividades da instituição são mantidas. Desde a prisão de Vorcaro, vieram à tona ligações do empresário com diversas autoridades e políticos em Brasília.

O O GLOBO também revelou que o empresário possuía em seu celular uma lista de contatos que incluía ministros do STF e membros da cúpula do Congresso Nacional.