Que o brasileiro é apaixonado por cinema todo mundo sabe, mas 2025 ficará marcado como o ano em que o público chorou, deu risada e se aventurou nas histórias do próprio país. Quem abriu portas foi “”, no fim de 2024, quando o povo estava curioso para conhecer a produção que foi ovacionada nos principais festivais daquele ano. No primeiro trimestre de 2025, só deu ele.

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Foram 21 semanas em cartaz e mais 5,8 milhões de pessoas que assistiram ao forte drama de Eunice Paiva (Fernanda Torres). O longa mostra sua luta para encontrar o marido Rubens Paiva (Selton Mello), levado de sua casa por policiais à paisana nos anos 1970, em pleno período do endurecimento da ditadura militar.

A mulher, então, se vê obrigada a reinventar um novo futuro para os cinco filhos enquanto tenta descobrir o paradeiro do então ex-deputado federal, que morreu torturado.

“Ainda estou aqui” reacendeu a paixão do público pelo cinema brasileiro, levando milhões de pessoas às salas de exibição para verem “Vitória”, “Homem com H”, “Perrengue chique”, “Chico Bento e a goiabeira maraviosa” e “O agente secreto”.

'Ainda estou aqui'

O sentimento de impunidade comoveu o público, alicerçado pela interpretação de Fernanda Torres, que chegou a ser indicada a vários prêmios internacionais pelo papel, incluindo o Oscar e o Globo de Ouro — este último ela conquistou!

“Isso é uma prova de que a arte pode perdurar ao longo da vida, mesmo em momentos difíceis, como essa história incrível da Eunice Paiva que conto no filme, que nos ajudou a refletir sobre como sobreviver em tempos como esses”, disse a atriz ao receber o troféu.

Nas redes, uma enxurrada de postagens enalteceram Fernanda e brasileiros foram às ruas para celebrar a atriz, que virou fantasias de carnaval em blocos. Embora ela não tenha levado o Oscar como Melhor Atriz, “Ainda estou aqui” ganhou na categoria Melhor Filme Internacional pela primeira vez na história do cinema brasileiro. Quem recebeu o prêmio foi Walter Salles, o diretor do longa.

'Vitória'

Em março, foi a vez de o público se encantar com o filme dirigido por Andrucha Waddington e protagonizado por Fernanda Montenegro. A produção conta a história de uma mulher de 80 anos que gravou a rotina do tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e denunciou o caso à polícia.

O longa foi baseado em reportagens originalmente publicadas pelo então repórter Fábio Gusmão em 2005, no EXTRA. Na ficção, o jornalista, hoje editor-executivo do jornal, é interpretado por Alan Rocha.

'Homem com H'

O filme inspirado na vida de Ney Matogrosso levou milhares de fãs do cantor ao cinema. Dirigido e escrito por Esmir Filho, o longa acompanha a intensa trajetória de Ney Pereira da Silva desde sua infância.

Para interpretar o artista e todo seu gingado, foi escalado Jesuita Barbosa, muitíssimo elogiado tanto pelo público quanto pela crítica especializada.

'Chico Bento e a goiabeira maraviosa'

Destaque do cinema brasileiro infantil, o longa acompanha o personagem, criado por Mauricio de Sousa, após receber a notícia de que um poderoso fazendeiro local pretende construir uma estrada passando por cima da goiabeira, seu lugar favorito. O intérprete do personagem ficou a cargo de Isaac Amendoim.

— Fazer o Chico Bento foi bom demais da conta. Fico feliz em saber que as pessoas gostaram do meu filme e de me ver atuando — comemora o ator de 12 anos.

'Perrengue Fashion'

Representante do humor, em sete semanas em cartaz em mais de 400 salas, o filme protagonizado por Ingrid Guimarães e Rafa Chalub teve cerca de 384 mil espectadores.

A produção acompanha a influenciadora de moda Paula Pratta (Ingrid), que embarca com seu amigo, Taylor (Chalub), para uma viagem não planejada para a Floresta Amazônica, onde acontecem diversas confusões. Hoje, pode ser visto no Prime Video.

'O agente secreto'

Representante do Brasil no Oscar 2026, o longa ainda está em cartaz. Intérprete do protagonista, Wagner Moura apareceu nas redes sociais para agradecer a enxurrada de mensagens de carinho.

“É muito bonito ver a conexão de um povo com sua cultura, seus artistas, sua arte. Fico muito emocionado”, afirmou Moura, que vive um professor perseguido por matadores de aluguel contratados por um empresário.