Aos 55 anos, o técnico português Renato Paiva segue acumulando experiências fora da Europa e considera o Brasil um dos capítulos mais marcantes de sua carreira no futebol. Com passagens por Botafogo e Fortaleza, Paiva ganhou projeção internacional ao comandar o clube carioca na vitória histórica sobre o Paris Saint-Germain no Mundial de Clubes, resultado que ele considera emblemático.

— Hoje diz-se no Brasil que a vitória mais emblemática do Botafogo foi essa contra o PSG — afirmou Paiva, em entrevista ao jornal português A Bola, ao relembrar a campanha do time no torneio disputado nos Estados Unidos. Inserido em um grupo considerado o "da morte", com PSG e Atlético de Madrid, o Botafogo superou os franceses e ficou a um gol da classificação para as fases finais.

Paiva assumiu o clube carioca em meio a uma profunda reformulação, logo após as conquistas da Libertadores e do Campeonato Brasileiro. Segundo o treinador, o elenco chegou ao Mundial de Clubes em ascensão, com uma sequência de 13 jogos sem derrota e a segunda melhor defesa do Brasileirão naquele momento.

— Diziam que seríamos goleados. Ganhamos do Seattle, do PSG e só fomos eliminados no último minuto contra o Atlético — recordou.

O técnico também comentou, sem se aprofundar, a breve passagem pelo Fortaleza, onde permaneceu por cerca de um mês. Para ele, o período foi insuficiente para qualquer avaliação profissional.

— Ninguém é técnico em um mês de trabalho. Está no meu currículo porque assinei contrato e fiz jogos, mas não dá para avaliar um profissional nesse tempo — afirmou.

Antes de chegar ao Brasil, Renato Paiva construiu uma carreira sólida na formação do Benfica, onde participou do desenvolvimento de atletas que hoje atuam em grandes clubes europeus. A transição para o futebol profissional trouxe resultados rápidos: em 2021, conquistou o título nacional pelo Independiente Del Valle, no Equador, projeto que o consolidou no cenário internacional.

— Foi um clube que me escolheu muito pela formação, pela metodologia. Acabamos campeões e ainda valorizamos jogadores — disse.

Paiva também passou pelo futebol mexicano antes de chegar ao Brasil e destaca que a diversidade dos contextos enfrentados — clubes que brigam por títulos e outros que lutam contra o rebaixamento — contribuiu para sua evolução como treinador.

— Cresci em tudo. Em ambientes difíceis, em outros muito abertos, em realidades completamente diferentes — avaliou.

Sobre o futuro, o treinador afirma que segue focado no mercado sul-americano, com possibilidade de assumir um novo desafio no Chile, mas prefere não confirmar. Aos 55 anos, garante que ainda não pensa em comandar seleções.

— Sinto-me jovem demais para treinar uma seleção. Quero é treinar todos os dias, estar no campo, competir — concluiu.