Vida Esportiva
Vasco e Corinthians: semelhanças e diferenças nos caminhos até a final da Copa do Brasil
Dificuldades financeiras, mudanças de comando e oscilações marcam a trajetória de cariocas e paulistas, que se enfrentam hoje, na Neo Química Arena, pelo primeiro jogo da decisão
Vasco e Corinthians, donos de torcidas entre as maiores do Brasil, viveram uma temporada marcada por altos e baixos. Nesta quarta-feira, às 21h30, ambos iniciam, na Neo Química Arena, a disputa pela final da Copa do Brasil, após trajetórias semelhantes, inclusive na classificação final do Brasileirão: 14º e 13º lugares, respectivamente. O duelo marca o início de um "mundo à parte", em que as inconstâncias do ano dão lugar ao foco total nos 180 minutos decisivos pelo título e por uma vaga na Libertadores de 2026.
Os caminhos até a decisão revelam mais pontos em comum: ambos trocaram de treinadores ainda no primeiro semestre. Fábio Carille foi substituído por Fernando Diniz no Vasco, enquanto Dorival Júnior assumiu o Corinthians no lugar de Ramón Díaz. Curiosamente, Diniz e Dorival, últimos técnicos da seleção brasileira antes de Carlo Ancelotti, foram anunciados como reforços das equipes em um intervalo de 11 dias, no fim de abril e início de maio, respectivamente. Encontraram clubes fragilizados financeiramente, elencos desequilibrados e a disputa simultânea de três competições.
Fora de campo, o Vasco conseguiu certa estabilidade após um 2024 turbulento. Em meio a um processo de recuperação judicial, a diretoria, liderada pelo presidente Pedrinho, deu respaldo total a Diniz. O diretor de futebol Admar Lopes, recém-chegado, trabalhou para reforçar o elenco, que chega à final com cinco titulares vindos da última janela: Carlos Cuesta e Robert Renan (zagueiros), Barros e Thiago Mendes (volantes) e Andrés Gómez (atacante).
O Vasco chegou a ser sensação do Brasileirão, com quatro vitórias consecutivas em outubro, mas logo enfrentou uma sequência de cinco derrotas, flertando com o rebaixamento. Apesar das oscilações, fez da Copa do Brasil seu palco mais competitivo, eliminando Botafogo e Fluminense, favoritos nas quartas e semifinais.
Corinthians tenta se blindar
No Corinthians, a Copa do Brasil também serviu de refúgio em um ano conturbado nos bastidores. Sob comando de Fabinho Soldado no futebol, o clube enfrentou escândalos e turbulências que culminaram no impeachment do presidente Augusto Melo. Dorival Júnior, em novembro, admitiu: "As dificuldades deste ano eu nunca vivi em outro clube". Ainda assim, o time eliminou rivais como Palmeiras e Cruzeiro na competição.
Com Vitinho como único reforço na janela, o Corinthians enfrentou seguidos problemas de lesão. O trio ofensivo principal — Rodrigo Garro, Yuri Alberto e Memphis — só foi titular junto em julho e, no Brasileirão, em outubro. Yuri Alberto e Memphis, poupados do treino de ontem, devem atuar na decisão.
A base faz a diferença
Assim como o Vasco, o Corinthians oscilou entre a metade superior e inferior da tabela, mas correu menos riscos de rebaixamento. Teve sua melhor sequência com três vitórias entre outubro e novembro, e não acumulou mais de duas derrotas seguidas.
A valorização da base também une as campanhas dos finalistas. Dorival apostou em Gui Negão, de 18 anos, autor de cinco gols e duas assistências. No Vasco, Rayan, de 19, despontou como maior revelação do país, com 20 gols e uma assistência.
Para a partida de hoje, o Corinthians entra em campo com oito jogadores pendurados: Hugo Souza, Matheuzinho, Gustavo Henrique, André Ramalho, Maycon, Breno Bidon e Garro. No Vasco, apenas Vegetti e Lucas Piton (este fora da partida por lesão) estão ameaçados de suspensão.
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