Vida Esportiva
Al Hilal é colocado à venda por R$ 11 bilhões e pode ter novo dono em negociação histórica
Movimento reforça segunda fase do plano saudita para transformar o país em potência global do futebol, com privatização dos principais clubes
O futebol da Arábia Saudita vive um momento de transformação. O Al Hilal, clube mais vitorioso do país e peça-chave no projeto esportivo nacional, está prestes a mudar de proprietário. O príncipe Alwaleed bin Talal, um dos homens mais ricos do Oriente Médio e dono da Kingdom Holding Company, apresentou uma proposta para adquirir 100% do clube, atualmente controlado pelo Fundo de Investimento Público (PIF). O valor solicitado gira em torno de € 1,75 bilhão (aproximadamente R$ 11,15 bilhões).
Essa negociação representa um avanço significativo no plano “Visão 2030”, liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que visa transformar o futebol saudita em um dos mercados mais influentes do mundo. O PIF já havia assumido o comando dos quatro principais clubes do país para impulsionar contratações e estruturar o campeonato. Agora, inicia-se a segunda fase: a entrada de grandes investidores privados.
Segundo o jornal espanhol As, empresas como Aramco (controlando o Al Qadsiah) e NEOM já indicavam essa mudança. O Al Kholood tornou-se o primeiro clube saudita totalmente adquirido por investidores estrangeiros, o grupo americano Harburg. A venda do Al Hilal — maior e mais poderoso clube do país — consolida essa nova era.
De Neymar ao Mundial de Clubes
Torcedor declarado do Al Hilal, Alwaleed bin Talal tem histórico de apoio financeiro ao clube, incluindo investimentos em contratações. Em 2023, ele chegou a disponibilizar um de seus jatos particulares para facilitar a chegada de Neymar, contratado por € 90 milhões.
Atualmente, o clube de Riad pertence 75% ao PIF e 25% a uma fundação administrada por torcedores, em parceria com o Ministério dos Esportes. Caso a negociação seja concluída, o Al Hilal será o segundo grande clube privatizado nessa nova fase saudita — tendência que deve se expandir.
Al Ittihad, Al Ahli e Al Nassr também podem ser vendidos em breve. No caso do Al Nassr, há até especulações sobre a possibilidade de Cristiano Ronaldo se tornar acionista majoritário.
Essas movimentações financeiras integram uma estratégia mais ampla: elevar a Roshn Saudi League a outro patamar. Mesmo após atrair estrelas como Cristiano Ronaldo, Benzema, Kanté, Mané, Mahrez e Fabinho, a direção da liga — liderada por Michael Emenalo — trabalha para tornar o campeonato ainda mais competitivo.
A nova estratégia inclui não apenas grandes nomes, mas também a renovação dos elencos. Recentes contratações de jovens como Retegui, Marcos Leonardo, Aouar, Roger Fernández, Millot e, principalmente, João Félix, reforçam a convicção de que talentos emergentes são essenciais para o crescimento sustentável do futebol saudita.
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