Vida Esportiva

Ídolo do Birmingham City se reinventa como maquinista após lesão precoce

Ex-lateral, símbolo do acesso à Premier League em 2002, opera trens da Govia Thameslink em Londres e região

Agência O Globo - 15/12/2025
Ídolo do Birmingham City se reinventa como maquinista após lesão precoce
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

Os cruzamentos voltaram a fazer parte da rotina de Martin Grainger, mas agora em um cenário bem distinto dos gramados. Ídolo do Birmingham City e ex-lateral-esquerdo com passagens por Colchester, Brentford e Coventry, o inglês de 53 anos atua hoje como maquinista na ferrovia Govia Thameslink, conduzindo trens das rotas Great Northern, que conectam Londres a cidades como Stevenage, Letchworth e Welwyn Garden City.

A mudança radical de carreira ocorreu após uma aposentadoria precoce. Grainger jogou profissionalmente por 13 anos, começando no Wivenhoe Town, em 1992, e atingindo o auge ao ajudar o Birmingham a conquistar o acesso à Premier League nos playoffs de 2002. Contudo, uma grave lesão no joelho encerrou sua trajetória nos campos antes do esperado.

Segundo o jornal local The Sun, o ex-jogador relembra que o problema surgiu em setembro de 2002, durante uma partida contra o Middlesbrough.

— Senti algo desconfortável no joelho. Estava me causando dor e os exames mostraram uma ruptura do tendão patelar — relatou. A lesão exigiu cirurgia corretiva e um longo período de recuperação. Grainger ainda enfrentou complicações: infecções pós-operatórias resultaram em três procedimentos adicionais.

O lateral retornou aos gramados três meses depois, mas teve participação restrita: disputou apenas mais três partidas na temporada antes de ser emprestado ao Coventry, em fevereiro de 2004. Ao voltar ao Birmingham no mês seguinte, não imaginava que sua despedida estava próxima. Em abril daquele ano, marcou um impressionante gol de falta de 30 jardas contra o Manchester United, na Premier League — sem saber que seria sua última partida como profissional.

Aos 31 anos, a sequência de cirurgias e dores crônicas inviabilizou a continuidade da carreira. Longe dos estádios, Grainger encontrou um novo caminho. Hoje, nos trilhos da Govia Thameslink, conduz trens pelos arredores de Londres e leva uma vida estável, distante do glamour do futebol, mas pautada pela mesma disciplina que o acompanhou nos gramados.