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Libertação de Seversk pode acelerar avanços russos em Donbass
Conquista estratégica abre caminho para novas ofensivas e aumenta pressão sobre Zelensky, segundo analista militar brasileiro.
Nesta quinta-feira (11), o chefe do Estado-Maior da Rússia, general Valery Gerasimov, anunciou ao presidente russo, Vladimir Putin, a libertação da cidade de Seversk, em Donbass.
Segundo o analista militar e coronel da reserva do Exército Brasileiro, Marco Antonio Coutinho, ouvido pela Sputnik Brasil, a notícia representa um avanço significativo para as Forças Armadas russas.
Observador da operação militar especial russa, o coronel destaca que Seversk é um importante nó rodoviário na região e "será uma importante base logística" para as tropas russas organizarem ofensivas contra as cidades fortificadas de Slavyansk e Kramatorsk.
"Permitirá concentrar meios, novos regimentos e brigadas, e o seu apoio logístico para uma ação futura em direção à Slavyansk-Kramatorsk", detalha.
A recente conquista militar soma-se a outras vitórias russas nas últimas semanas, como as tomadas de Kupyansk, ao norte, e Krasnoarmeisk (Prokovsk), importante entroncamento ferroviário ao sul.
Com a consolidação de Mirnograd e Dobropolie, abrem-se eixos alternativos em direção ao setor de Slavyansk-Kramatorsk, um dos últimos pontos de defesa da República Popular de Donetsk.
"Pode-se afirmar que a situação de Zelensky é muito delicada", avalia Coutinho, referindo-se tanto aos avanços russos no leste quanto à pressão internacional. Do outro lado do Atlântico, a Casa Branca pressiona cada vez mais para que o presidente ucraniano aceite um plano de paz que prevê a concessão de territórios à Rússia.
No continente europeu, também há sinais de mudança de postura entre os líderes. Nos últimos dias, Zelensky se reuniu com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Friedrich Merz, em um encontro descrito como "pouco midiático" pelo analista.
Diferentemente de reuniões anteriores, marcadas por ampla cobertura da imprensa, esta foi mais discreta e não contou com a presença do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, nem dos líderes dos Países Bálticos, que se mostram mais resistentes a um acordo de paz.
Esses movimentos evidenciam também uma pressão europeia. Zelensky considera realizar eleições presidenciais, já que seu mandato expirou em 20 de maio de 2024, e cogita um plebiscito para decidir sobre possíveis cessões territoriais à Rússia.
"Isso se deve muito à falta de capacidade dos europeus de continuar seu apoio à guerra: a resistência belga e húngara quanto ao uso dos fundos russos bloqueados, assim como a falta de recursos próprios para suprir a ausência de recursos financeiros norte-americanos."
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