Quem escolheu a Praia da Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio, para escapar do calor intenso deste domingo, se deparou com diversos peixes mortos espalhados pelas areias e flutuando nas águas, especialmente na altura do posto dois. O cenário inusitado gerou preocupação entre banhistas locais e turistas.

Christina Dias, servidora pública de Juiz de Fora (MG), veio ao Rio para passar as festas de fim de ano com amigos e familiares, mas se surpreendeu ao caminhar pela orla.

— Um odor forte e a praia lotada. As pessoas estão tendo que desviar dos peixes mortos. Os próprios banhistas estão recolhendo os animais em pequenos montes. Minha neta foi na água, viu peixes boiando e agora não quer sair da barraca — relatou Christina.

O biólogo Mario Moscatelli explicou que os peixes encontrados na Barra da Tijuca são tainhas. Segundo ele, ainda não é possível determinar a origem exata dos animais, mas uma hipótese é que tenham vindo da Lagoa de Marapendi, em Jacarepaguá, também na Zona Sudoeste.

— Com a chuva forte da semana passada, que deixou cerca de 100 mm em 24 horas na região, desceu de tudo nos rios em direção às lagoas, que já operam no limite por conta do esgoto. A situação normalmente já não é boa, assim, ficou ainda pior e sobrou para os peixes — afirmou Moscatelli.

O especialista destacou que os peixes podem ter sido carregados pelo canal da Joatinga, que desemboca no mar na altura do posto 1, e levados pela maré até o posto dois da Barra.

Nos últimos dias, Moscatelli compartilhou em suas redes sociais imagens de grande quantidade de peixes mortos nas lagoas de Marapendi e Camorim. Ele ressaltou que a combinação de condições ambientais já precárias com as chuvas recentes resultou em mortandade e mau cheiro intenso, alertando para a necessidade de tempo e trabalho na recuperação das lagoas.

Em nota, a Comlurb informou que removeu cerca de três toneladas de peixes mortos próximo ao deck da General Felicíssimo Cardoso, com Dulcídio Cardoso, no espelho d'água da Lagoa de Marapendi, com apoio da equipe náutica da Companhia, desde a última quinta-feira. O serviço foi concluído, mas não há informações sobre a remoção dos peixes encontrados na Barra da Tijuca.

A presença dos peixes mortos chamou a atenção de banhistas e moradores, reforçando a preocupação com a qualidade ambiental das lagoas e a necessidade de monitoramento constante.

Matéria em atualização.