RJ em Foco
Revisor do desembargador preso pela Polícia Federal assume relatoria do caso TH Jóias
Julio Cesar de Castilhos Oliveira Costa assume processo após afastamento de Macário Ramos Judice Neto
Após a prisão do desembargador Macário Judice Neto nesta terça-feira, pela Polícia Federal, o processo envolvendo Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, passou a ser relatado por outro magistrado no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Judice Neto é investigado sob suspeita de vazar informações sigilosas referentes a uma investigação contra o ex-deputado, apontado pela polícia como braço político do Comando Vermelho. Com o afastamento, o desembargador Julio Cesar de Castilhos Oliveira Costa, que era revisor do caso, assumiu a relatoria. Ele tomou posse no cargo em junho deste ano, após a abertura de uma vaga.
Trajetória do novo relator
Antes de integrar o TRF2, Oliveira Costa atuava no Ministério Público Federal (MPF) no Espírito Santo. Ele passou a compor a Corte no Rio de Janeiro após a aposentadoria de uma magistrada, sendo o mais votado pelo plenário do TRF2 para a lista tríplice de membros do MPF. Segundo o tribunal, Oliveira Costa é o segundo negro a ocupar uma cadeira de desembargador federal no TRF2. É formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre em direito constitucional e processual.
O magistrado foi procurador-chefe da Procuradoria da República no Espírito Santo entre 2015 e 2017 e chefiou o Ministério Público Eleitoral no estado de 2021 a 2023.
Conversas revelam proximidade entre Judice Neto e Bacellar
Durante as investigações, a Polícia Federal obteve diálogos que mostram uma relação estreita entre o desembargador Macário Judice e Rodrigo Bacellar. Em diversas mensagens, eles trocavam demonstrações de amizade, pedidos de favores e comentários sobre questões pessoais.
Em uma das mensagens, Judice Neto pede ingressos para um jogo do Flamengo contra o Ceará, pelo Campeonato Brasileiro, e Bacellar responde: “Nem que eu arrebente o portão, darei um jeito. Tenho juízo, meu padrinho”. As conversas também incluem declarações de afeto e lealdade, como “você é irmão de vida”, “te amo” e “eu levo você para o caixão, meu irmão”. Para os investigadores, o teor das mensagens demonstra proximidade e confiança mútua entre o magistrado e o político.
Rodrigo Bacellar foi preso no último dia 3 por determinação do ministro Alexandre de Moraes, na primeira fase da Operação Unha e Carne, que investiga o vazamento de informações sigilosas da apuração que resultou na prisão de TH Jóias. Ele foi solto no dia 9, após a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) revogar sua prisão.
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