RJ em Foco
Crise envolvendo Bacellar esvazia plenário da Alerj e acirra disputa política após exonerações
Nos bastidores, o assunto é único: as exonerações do diretor-geral da Alerj, Marcos André Riscado Brito, e do chefe de gabinete da presidência, Rui Bulhões
O clima de incerteza e tensão tomou conta da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) nesta terça-feira, em meio aos desdobramentos da investigação da Polícia Federal envolvendo o deputado Rodrigo Bacellar e às exonerações promovidas pelo presidente em exercício da Casa, Guilherme Delaroli (PL). O deputado Jair Bittencourt (PL) chegou a passar pelo plenário, mas permaneceu pouco tempo. A movimentação principal ocorreu nos bastidores, com conversas reservadas e cochichos pelos corredores do Palácio Tiradentes.
Exonerações e repercussão interna
O tema dominante foi a decisão de Delaroli de exonerar o diretor-geral da Alerj, Marcos André Riscado Brito, e o chefe de gabinete da presidência, Rui Bulhões. Para muitos parlamentares, embora ousada, a medida não teria sido isolada, contando com o aval da cúpula do PL, numa tentativa de blindar a nova liderança diante das investigações da PF.
Nos corredores, Marcos Brito foi descrito como um "boa praça", com trânsito fácil entre diferentes grupos políticos. Já Rui Bulhões apareceu como figura "mais reservada, de poucas palavras, bastante desconfiado e homem de confiança de Bacellar". Um episódio envolvendo Bulhões chamou atenção: ele trocou de telefone celular na véspera da operação da PF, justificando a mudança como algo corriqueiro. Em meio ao clima de apreensão, um deputado resumiu: “A chapa aqui está tão quente que a gente está lutando para não pegar fogo”.
Desafios para a nova gestão
Apesar da tentativa de demonstrar controle, a avaliação predominante é de que Delaroli corre contra o tempo para recompor cargos estratégicos. O desafio, segundo aliados, é encontrar nomes de absoluta confiança em um cenário de instabilidade política e desconfiança generalizada.
O desalinhamento ficou evidente durante a sessão plenária desta terça-feira. Enquanto Delaroli presidia os trabalhos, deputados ligados a Bacellar evitaram pedidos de fala e mantiveram discrição, em contraste com o clima da semana anterior, quando o grupo estava mais coeso e os debates eram intensos. Agora, nos bastidores, parlamentares buscam aproximação com o novo comando, tentando garantir espaço político e se desvincular do escândalo.
Impacto nas comissões e liderança do governo
As mudanças provocadas pela crise já atingem comissões e colocam em xeque a liderança do governo na Alerj, atualmente exercida por Rodrigo Amorim (União). Nos corredores, o cargo passou a ser visto como posição em disputa.
O deputado Rosenverg Reis (MDB) já manifestou interesse, reforçando em plenário sua disposição de atuar como “ajudante de ordem do governo”, ao defender o governador Cláudio Castro e projetos ligados ao orçamento. O movimento é interpretado como sinal de que, em meio à turbulência política, a luta por espaço e protagonismo na Alerj entrou em nova fase.
No entanto, persiste o receio de que as investigações da PF possam alcançar o alto escalão do Executivo estadual.
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