A Polícia Federal identificou uma "evidente contradição" na decisão do desembargador Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), ao determinar a transferência de três integrantes do grupo operacional de uma organização criminosa para o sistema penitenciário federal, mas manter um dos líderes do grupo, o ex-deputado estadual Thiego Raimundo Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, em uma prisão no Rio de Janeiro.

O desembargador foi preso nesta terça-feira, suspeito de vazar informações sigilosas da operação que tinha como alvo TH Joias ao deputado estadual Rodrigo Bacellar (União), que também foi alvo de mandados de busca e apreensão. Júdice Neto era o relator do inquérito no TRF2 e o responsável por decretar a prisão de TH Joias, que acabou sendo informado antecipadamente sobre a ação policial e esvaziou sua residência um dia antes da chegada dos agentes.

"Há uma evidente contradição em tal decisão, uma vez que ela determina a inclusão de membros da camada operacional da organização criminosa, mas preserva a inclusão daquele que de fato é um dos líderes do grupo e parte integrante de seu núcleo político, quem seja: THIEGO RAIMUNDO OLIVEIRA SANTOS, v. TH JOIAS", afirmou a representação da Polícia Federal.

Diante dessa constatação, o ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da PF e determinou a transferência de TH Joias para um presídio federal.

Reportagem em atualização