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Desembargador preso atribui vazamento de operação à PF e Polícia Civil do Rio

Investigação aponta que desembargador vazou operação contra ex-deputado estadual TH Jóias

Agência O Globo - 16/12/2025
Desembargador preso atribui vazamento de operação à PF e Polícia Civil do Rio
Macário Ramos Judice Neto - Foto: Reprodução

O desembargador federal Macário Ramos Judice Neto reconheceu que houve vazamento de uma operação policial que teve como alvo o então deputado estadual do Rio de Janeiro, Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias. No entanto, o magistrado atribuiu a responsabilidade pelo vazamento às polícias Federal e Civil, isentando o Judiciário Federal.

A declaração de Macário está registrada em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão preventiva do desembargador justamente pelo vazamento da operação.

Segundo a Polícia Federal, durante sessão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, realizada em 8 de setembro, poucos dias após a operação contra TH Jóias, Macário comentou sobre o ocorrido.

"Por que que não foram apreendidos, certamente, dinheiro, armas? Porque vazou. A operação vazou. E não foi na Justiça Federal. Eu fui contra a execução dos mandados junto com a Polícia Civil. (...) Eu fui absolutamente contra e adverti o superintendente: 'Não faça essa operação em conjunto. E fizeram. E tiveram a dificuldade de prender o TH, porque a operação vazou", afirmou o desembargador.

De acordo com Moraes, tal afirmação "corrobora os indícios da atuação delitiva" do desembargador ao supostamente proteger "membros da organização criminosa, com o fim de proteger os membros políticos da estrutura delitiva em face das ações investigativas da Polícia Federal".