RJ em Foco
Barra e Recreio também são impactados com expansão do CV em Jacarepaguá, diz subsecretário de Inteligência do RJ
Pablo Sartori afirma que consolidação do domínio do CV na Grande Jacarepaguá é o principal fator a impulsionar o aumento de roubos naquela região
Pablo Sartori, subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança do Rio, afirma que a consolidação do domínio do Comando Vermelho (CV) na Grande Jacarepaguá é o principal fator a impulsionar o aumento de roubos na região, conforme mostra a segunda edição do Mapa do Crime, ferramenta interativa do GLOBO lançada nesta semana. Segundo Sartori, lojas de celulares dentro das favelas passaram a atuar a serviço do mercado ilegal de aparelhos após a invasão do tráfico.
Roubos voltam a crescer em Niterói em 2025, após cinco anos de queda;
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A Grande Jacarepaguá é a região onde roubos mais avançam no Rio. Por quê?
Esse fenômeno tem ligação com a mudança da cena criminal na região. Antes, o monopólio era da milícia, que ganhava dinheiro com a exploração interna da comunidade: água, gás, internet. A milícia evitava vender drogas em suas comunidades e não permitia a prática de roubos nos entornos para evitar exposição. Hoje, o CV já se consolidou no controle da maioria das comunidades locais. E o modo de agir do tráfico é diferente: eles autorizam e mandam parar os roubos dependendo da pressão que eles sofrem no momento.
Roubo de veículo na Zona Sul do Rio:
Esse movimento de expansão do CV já impacta o aumento dos roubos em outras áreas?
Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes também são impactados. Muitas quadrilhas estão roubando nesses bairros e se refugiam em favelas da Grande Jacarepaguá, hoje sob controle do CV. Outro fator que acabou impactando no aumento dos roubos nesses bairros foi a cooptação de comerciantes que atuavam de forma legal nessas comunidades pelo mercado ilegal. A Gardênia Azul tinha muitas lojas de celular que não trabalhavam com produtos roubados quando a milícia dominava a região, pois ninguém vinha oferecer celulares sem proveniência ali. Hoje, com o tráfico, essa limitação não existe mais.
Barra da Tijuca e Grande Jacarepaguá:
Como a secretaria pretende conter a expansão do CV?
Essa é uma situação que não tem solução simples. Em outubro, fizemos uma ação de enfrentamento direto no QG da facção, o Complexo do Alemão. Mas sabemos que só isso não basta, temos que retomar esses territórios de forma mais incisiva. Para isso, estado, município e governo federal já estão conversando. Não vamos repetir as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), mas pegar o que deu certo. Algumas comunidades estão sendo estudadas para funcionar como teste. Não vai entrar só a polícia, mas também Estado, iniciativa privada, plano de saneamento e urbanismo.
Vida breve nas mãos do crime:
O que é o Mapa do Crime?
Quais são os bairros mais perigosos do Rio e de Niterói? Onde os roubos avançaram? Qual é o horário menos seguro para caminhar pela vizinhança? Para ajudar a responder essas perguntas e entender a dinâmica da violência nessas cidades, o , uma ferramenta interativa de monitoramento de roubos com dados inéditos de delitos por bairros.
Marketing do crime:
Depois do lançamento da primeira edição no meio deste ano, com dados de 2024 referentes à cidade do Rio, agora publicamos a segunda edição da plataforma, a partir de dados referentes ao primeiro semestre de 2025, com informações sobre quatro crimes diferentes — roubos de celular, a transeunte, de veículo e em coletivo — em 147 bairros diferentes da capital fluminense, além de 51 bairros de Niterói.
A ferramenta foi produzida a partir de microdados obtidos via Lei de Acesso à Informação junto ao Instituto de Segurança Pública (ISP). O órgão, responsável por compilar as estatísticas da segurança no estado, divulga mensalmente indicadores divididos por áreas de batalhões e delegacias — que abrangem, na maioria dos casos, vários bairros. Buscando entender dinâmicas criminais hiperlocais, o GLOBO solicitou dados mais precisos de localização dos crimes e recebeu informações sobre os bairros onde cada ocorrência foi registrada, menor unidade territorial disponibilizada pelo ISP. É a primeira vez que indicadores criminais no Rio são divulgados com esse nível de detalhamento.
Expansão da facção fluminense:
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