RJ em Foco
Haroldo Costa é sepultado no Cemitério São Francisco Xavier e recebe homenagens emocionadas
Especialista em carnaval, Haroldo integrava o júri do Estandarte de Ouro, promovido pelo GLOBO
O corpo do ator, diretor e autor Haroldo Costa foi sepultado nesta segunda-feira, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Rio de Janeiro. O velório, aberto ao público, ocorreu das 10h às 14h e reuniu familiares, amigos, autoridades e representantes de escolas de samba. Haroldo faleceu no sábado, aos 95 anos, em decorrência de complicações de uma pneumonia.
Reconhecido como um dos maiores comentaristas e estudiosos do carnaval carioca, Haroldo era presença marcante na festa popular. Sua escola de coração, o Salgueiro, chegou a oferecer a quadra para a cerimônia de despedida, mas, por decisão da viúva Mary Marinho, o velório foi realizado no próprio cemitério.
— O Salgueiro se colocou, com todo carinho, à disposição para que esse momento pudesse acontecer em nossa quadra. No entanto, por opção da família e em respeito a um pedido da viúva, que vive um momento de profunda dor, a despedida acontecerá no Caju. Seguimos próximos, solidários e unidos em vibrações positivas, gratidão e reverência por tudo o que Haroldo representou para o samba. Seu legado permanece vivo na memória, na palavra e no canto que nunca se apagam — declarou a escola de samba em seu perfil no Instagram.
Entre as autoridades presentes, o prefeito Eduardo Paes compareceu ao velório e destacou a importância de Haroldo para a cultura brasileira:
— Estamos falando de uma pessoa que marcou a história da cultura brasileira e a história da cultura negra. Além disso, tinha uma relação incomparável com o carnaval, com o samba e com essa manifestação cultural tão ligada ao Rio de Janeiro — afirmou Paes ao RJ1, da TV Globo.
Durante o cortejo, Elmo José dos Santos, diretor de carnaval da Liesa, ressaltou a trajetória de Haroldo:
— O Haroldo chega à categoria de mestre. Sempre defendeu o quilombo do samba e a nossa cultura popular.
Já o jornalista e escritor Ricardo Cravo Alvim lamentou a perda:
— Deixa uma lacuna imprescindível. Não tem como imaginar uma substituição de Haroldo Costa.
Haroldo Costa iniciou sua carreira de ator no Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias do Nascimento, e foi o primeiro ator negro a se apresentar no Theatro Municipal, em 1956. Protagonizou a montagem de "Orfeu da Conceição", de Vinícius de Moraes, e integrou a equipe fundadora da TV Globo em 1965, dirigindo programas como o de Dercy Gonçalves.
Com raízes familiares no carnaval, Haroldo cresceu envolvido com a festa e atuou como jurado da Liesa até 1963, ano em que passou a torcer abertamente pelo Salgueiro. Posteriormente, voltou a integrar bancas avaliadoras, tornando-se jurado do prêmio Estandarte de Ouro, promovido pelo GLOBO desde 1972.
Na literatura, Haroldo Costa deixou obras dedicadas à cultura negra e ao universo do carnaval, como "Salgueiro: Academia de Samba" (1984), "Ernesto Nazareth – Pianeiro do Brasil" (2005) e "Histórias do Brasil na boca do povo" (2024).
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