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'A cadeia criminal deve ser atacada', diz Alberto Kopittke, criminologista e consultor de segurança da prefeitura de Niterói
Especialista atribui aumento dos roubos de celular no Centro de Niterói ao maior fluxo de pessoas após revitalização da região
Para Alberto Kopittke, diretor do Instituto Cidade Segura e consultor de Segurança Pública da prefeitura de Niterói, a queda nos roubos na cidade nos últimos cinco anos resulta da integração entre diferentes entes governamentais. O especialista destaca que o aumento da circulação de pessoas pelo Centro da cidade está diretamente relacionado ao crescimento dos roubos de celular no primeiro semestre de 2025.
Queda dos roubos em Niterói:
De 2020 a 2024, os roubos caíram consecutivamente em Niterói. Segundo Kopittke, o município se tornou um experimento em tempo real de mudança no modelo de segurança pública. “Houve um processo de integração muito intenso entre o município e as forças de segurança. Toda semana, representantes de cada ente governamental se reúnem para acompanhar os indicadores e discutir estratégias para cada tipo de problema. É o mesmo modelo que deu certo em Nova York: foco e integração para resolver os problemas”, afirma.
Efetivo ampliado e tecnologia:
Nesse período, a Guarda Municipal dobrou seu efetivo, passando de 300 para 700 agentes, sem ser armada. “A Guarda não disputa espaço com a PM. Credito a diminuição dos crimes a uma análise criminal bem feita, que infelizmente não é uma prática recorrente no Brasil. O uso da tecnologia, com cercamento eletrônico da cidade, dá sustentabilidade ao processo”, explica Kopittke.
Aumento dos roubos de celular:
Sobre o crescimento de 80% nos roubos de celular no primeiro semestre de 2025, Kopittke ressalta: “A revitalização do Centro, parte do projeto Pacto pela Paz, aumentou o fluxo de pessoas na região. Isso é positivo para a cidade, mas tornou o bairro mais atrativo para roubos, que se concentram ali”.
Para o criminologista, é fundamental atacar a cadeia criminal: “Não basta aumentar a ostensividade, é preciso entender para onde vai o aparelho. O negócio do roubo de celular não é amador, tem organização criminosa por trás. Paralelamente, é necessário um trabalho conjunto com a assistência social para evitar roubos e furtos cometidos por usuários de drogas”.
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