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Estado retoma detonações para concluir estação da Gávea após remoção de água
Intervenções devem durar três anos até que a estação da Linha 4 seja entregue à população
Mais de oito anos após ser encoberta por 60 milhões de litros de água, a estrutura da futura estação do Metrô da Gávea está finalmente seca. A retirada da água integra as intervenções para concluir a conexão entre as estações São Conrado e Gávea, ambas da Linha 4 do metrô. Paralisada desde 2016, a obra foi retomada em agosto deste ano, iniciando pelo esvaziamento do canteiro. A previsão é de que a estação seja aberta ao público em julho de 2028.
“Conseguimos concluir o esvaziamento dois meses antes do previsto. A partir desta semana, retomamos as detonações em rocha. Faltam abrir 60 metros de túnel, o que deve levar cerca de 11 meses. Ainda será preciso retirar aproximadamente 140 mil toneladas de pedras. Paralelamente, serão instalados trilhos e outras estruturas da futura estação”, explicou a secretária estadual de Transportes e Mobilidade Urbana, Priscila Sakalem.
Segundo a secretária, a expectativa é que a estação receba até 20 mil pessoas por dia. Ela destacou que o esvaziamento foi acompanhado por técnicos, sem registro de riscos durante o procedimento.
“A retomada do projeto é um exemplo concreto de que a vontade de realizar supera qualquer obstáculo. Estamos olhando para a frente, garantindo que o metrô continue a ser um vetor de transformação do Rio de Janeiro. Construímos um acordo jurídico sólido, capaz de retomar as obras com segurança, transparência e respeito ao dinheiro público”, afirmou o governador Cláudio Castro.
O acordo para retomada das obras foi firmado em abril deste ano, incluindo um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Pelo documento, a operadora da Linha 4 abriu mão da exploração do serviço, transferindo a operação para o MetrôRio, que investirá R$ 600 milhões na conclusão da estação. Em contrapartida, o contrato de concessão da linha foi prorrogado por mais dez anos, até 2048.
O projeto atual difere do originalmente planejado. Inicialmente, todas as seis estações da Linha 4 — Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e General Osório (com integração à Linha 1) — seriam conectadas. No entanto, a ligação entre Gávea e Ipanema, que exigiria a retomada de outra frente de obras com o uso de uma máquina conhecida como “tatuzão”, não será realizada. Assim, passageiros que estiverem na Gávea e desejarem seguir para Ipanema, e vice-versa, precisarão ir até São Conrado para fazer a baldeação.
Como ocorre em outras obras do metrô, a estação permanece seca por meio de bombas de sucção. O desligamento dessas bombas e o consequente alagamento da estrutura foram medidas provisórias adotadas em agosto de 2016, durante a gestão do então governador Luiz Fernando Pezão. Naquele período, o estado enfrentava uma grave crise financeira, que paralisou diversos projetos e foi marcada por denúncias de superfaturamento de R$ 3,7 bilhões na construção da Linha 4.
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