O deputado estadual Ricardo Nezinho fez uma acusação grave contra a direção do MDB ao afirmar que o partido não pratica a democracia interna na condução da eleição do Diretório Municipal de Arapiraca. A denúncia foi feita de forma pública, em uma postagem direta e incisiva nas redes sociais.

Sem meias palavras, Nezinho afirma que a convenção municipal está sendo conduzida de forma fechada, excludente e contrária aos princípios democráticos historicamente defendidos pela legenda. Para o parlamentar, o processo não passa de uma formalidade controlada, sem debate real ou participação ampla da militância.
“Democracia não é apenas uma palavra, é prática”, escreveu o deputado, ao criticar o modelo adotado pelo partido em Arapiraca.

“Arapiraca está sendo ignorada”, diz deputado

Ricardo Nezinho afirma que Arapiraca, por sua dimensão política, econômica e populacional, não pode ser tratada como um feudo partidário. Segundo ele, o MDB local ignora lideranças qualificadas, quadros históricos e novos nomes que poderiam fortalecer o partido, optando por um processo restrito e centralizado.

Para o deputado, a condução da eleição do diretório desrespeita a pluralidade da cidade e reduz o MDB a um instrumento de controle político, afastando a base e enfraquecendo o partido a médio e longo prazo.

Diretório sob comando do prefeito Luciano Barbosa

O Diretório Municipal do MDB em Arapiraca está sob o comando do prefeito Luciano Barbosa, com quem Ricardo Nezinho rompeu politicamente desde o início de 2025. O rompimento, que já vinha sendo sinalizado nos bastidores, agora ganha contornos públicos e expõe uma disputa direta pelo controle político da legenda no município.

Na prática, a crítica do deputado mira o que ele considera um modelo autoritário de condução partidária, no qual decisões são tomadas de cima para baixo, sem diálogo com filiados e sem respeito à diversidade interna do MDB.

Racha exposto e crise interna no MDB

A manifestação pública de Ricardo Nezinho escancara o racha no MDB de Arapiraca e coloca a direção estadual do partido sob pressão. A denúncia de ausência de democracia interna atinge o discurso histórico da sigla e pode provocar desgastes políticos em um momento estratégico de reorganização partidária.

Até o momento, nem o Diretório Municipal nem o prefeito Luciano Barbosa se pronunciaram sobre as acusações. O silêncio, nos bastidores, é interpretado como sinal de tensão e tentativa de contenção de danos.

O episódio revela mais do que uma divergência pontual: expõe uma crise de comando, legitimidade e projeto político dentro do MDB em uma das cidades mais importantes de Alagoas.