Política

Girão critica exposição de ministros do STF e relembra 'radiolão' envolvendo Fábio Faria

Senador aponta vaidade em aparições públicas de magistrados e questiona atuação de ex-ministro das Comunicações no caso das inserções eleitorais.

16/12/2025
Girão critica exposição de ministros do STF e relembra 'radiolão' envolvendo Fábio Faria
Eduardo Girão (Novo-CE) - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (15), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou a participação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na inauguração do SBT News, associando o episódio a um padrão de exposição dos magistrados na mídia. O parlamentar afirmou que tal comportamento não condiz com a função constitucional exercida pela Corte.

— É completamente incompatível com a função constitucional de ministro da mais alta Corte da Justiça esse nível de ativismo, com constantes aparições públicas, concedendo entrevista como se fosse um “pop star”. Está tudo errado. Vem preponderando a vaidade exacerbada. Você não vê isso em nenhum país; você vê discrição nas Cortes Supremas internacionais — afirmou.

Ao comentar o lançamento do SBT News, Girão também criticou o ex-ministro das Comunicações Fábio Faria, um dos gestores do novo canal e casado com Patrícia Abravanel, herdeira do grupo de comunicação. No discurso, o senador relembrou o caso conhecido como “radiolão”, envolvendo o então ministro do governo de Jair Bolsonaro. Segundo Girão, Fábio Faria denunciou um suposto boicote na veiculação de propagandas eleitorais e, posteriormente, recuou para, segundo o senador, amenizar a responsabilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), à época presidido por Moraes. Para o parlamentar, tal postura prejudicou o então candidato Bolsonaro nas eleições de 2022.

— O caso foi tão grave que realizamos uma audiência pública no Senado que durou quase 12 horas, ouvindo os perseguidos políticos do Brasil. Na época, Fábio Faria inicialmente foi quem apresentou todas as planilhas de controle que mostravam a não veiculação de milhares de inserções (dizem até que foi 1 milhão de inserções) de propaganda eleitoral do Bolsonaro nas rádios do Norte e Nordeste do país, beneficiando apenas o Lula, desequilibrando o pleito. Porém, surpreendentemente, alguns dias depois, Fábio volta atrás, chegando a culpar a falta de fiscalização do partido, aliviando a responsabilidade do TSE — declarou.