Política

Diretor da PF confirma que investigação do caso Master envolve autoridade com foro no STF

Andrei Rodrigues afirma que apuração sobre supostas fraudes no Banco Master foi encaminhada ao Supremo após indício de envolvimento de autoridade com prerrogativa de foro.

15/12/2025
Diretor da PF confirma que investigação do caso Master envolve autoridade com foro no STF
Diretor da PF confirma que investigação do caso Master envolve autoridade com foro no STF - Foto: Reprodução / internet

O diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, confirmou nesta segunda-feira (15) que as investigações sobre supostas fraudes no Banco Master alcançaram uma autoridade com direito ao foro especial no Supremo Tribunal Federal (STF). Por esse motivo, as apurações foram paralisadas e encaminhadas à Corte. O ministro Dias Toffoli determinou que o caso tramite no tribunal.

“De fato, temos tido uma cautela muito grande em todas as nossas investigações, até para evitar nulidades. A qualquer indício de investigado com prerrogativa de foro, suspendemos as investigações e enviamos ao foro competente. Neste caso, houve um achado que pode indicar a prerrogativa de foro. A partir de agora, todas as ações referentes a este caso precisam ser submetidas a esse foro, que é o STF”, declarou Rodrigues.

O diretor ressaltou que o tempo de interrupção para definição do foro não representou atraso nas apurações: “Não houve prejuízo às investigações, foi um lapso curtíssimo, as investigações foram retomadas”, disse.

Rodrigues não revelou quem é a autoridade que motivou o envio dos autos do inquérito ao Supremo.

Segundo o Estadão, a investigação da PF apreendeu, em um dos endereços ligados ao dono do banco, Daniel Vorcaro, um envelope com o nome do deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA) e documentos sobre um negócio imobiliário.

Bacelar afirmou que atuou na constituição de um fundo para construir um empreendimento imobiliário em Trancoso, Porto Seguro (BA), motivo pelo qual foi procurado por Vorcaro.

Além da investigação policial, o caso Master tem exposto até ministros do STF. Na última sexta-feira (12), o ministro Toffoli, que viajou em um jatinho com um dos advogados da causa, impediu que a CPI do INSS acessasse material de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do controlador do banco, Daniel Vorcaro.

Outro ministro citado é Alexandre de Moraes. Sua esposa, Viviane de Moraes, firmou contrato de R$ 129 milhões entre o escritório de advocacia e o Banco Master. Segundo o jornal O Globo, o escritório da família Moraes representaria o banco “onde fosse necessário”.

Diretor nega interferência política na PF

Em conversa com jornalistas, o diretor-geral da PF negou que a instituição sofra pressão política. “Temos uma interlocução muito franca com a política. Dialogo com o presidente Hugo Motta, presidente Davi Alcolumbre, recebo parlamentares no meu gabinete, vou ao Congresso e converso com o Executivo sempre com altivez. Estamos trabalhando com muita seriedade e responsabilidade, isso nos permite seguir com firmeza de maneira inabalável a pressões políticas de quem quer que seja”, disse.

Ele admitiu, no entanto, que é “parte do jogo” setores afetados por operações policiais tentarem pressionar. “Quem não aguentar pressão que não venha para o jogo. Eu não tenho nenhuma preocupação em relação ao diálogo com o mundo político porque tenho a convicção do que estamos fazendo na PF, com correção, sem caça às bruxas”.