Política

Carla Zambelli renuncia ao mandato após decisão do STF

Deputada do PL-SP, que está presa na Itália, deixa o cargo após Supremo determinar cassação imediata

14/12/2025
Carla Zambelli renuncia ao mandato após decisão do STF
- Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao mandato. A decisão da parlamentar, atualmente presa na Itália, foi comunicada neste domingo, 14, à Câmara dos Deputados, que deverá dar posse ao suplente, Adilson Barroso (PL-SP).

A renúncia ocorre após tentativas de deputados de oposição de manter a parlamentar no cargo, rejeitando, por meio de votação, a cassação de Zambelli.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a dez anos de prisão e à perda do mandato, por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ação realizada pelo hacker Walter Delgatti Neto.

O processo transitou em julgado em junho, não cabendo mais recursos. Desde julho, Zambelli está na Itália, para onde fugiu após as decisões judiciais.

A decisão do STF foi submetida ao plenário da Câmara. Na madrugada do dia 11, foram registrados 227 votos pela perda do mandato e 170 pela manutenção, número insuficiente para cassação, já que eram necessários 257 votos.

No dia seguinte, o STF anulou a votação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato, alegando que a deliberação violava a Constituição, que prevê cassação automática em casos de condenação com trânsito em julgado.

A renúncia foi anunciada antes que a Câmara cumprisse a nova determinação do Supremo. Segundo aliados de Zambelli, a decisão seria uma estratégia para preservar seus direitos políticos.

"Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado", afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara.

Zambelli também possui outra condenação. Em agosto, o STF a sentenciou a cinco anos e três meses de prisão e à perda do mandato por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, em razão do episódio em que perseguiu um homem armada, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.