Poder e Governo
Tarcísio atua no STF para tentar prisão domiciliar de Bolsonaro
Governador de São Paulo tenta convencer ministros, especialmente Alexandre de Moraes, de que a PF não tem condições de garantir saúde adequada ao ex-presidente na Superintendência em Brasília.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensificou nas últimas semanas as articulações para convencer ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a concederem prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde a prisão de Bolsonaro, Tarcísio tem buscado apoio de lideranças do Congresso Nacional para avançar o projeto de anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado. Nos últimos dias, porém, sua ofensiva chegou também ao STF, com foco especial no ministro Alexandre de Moraes.
O principal argumento apresentado por Tarcísio, segundo apuração do GLOBO, é o estado de saúde do ex-presidente. O governador sustenta que seria prejudicial à Polícia Federal (PF) caso Bolsonaro apresentasse agravamento do quadro clínico sob custódia do Estado. Por telefone, Tarcísio tem reiterado a Moraes que a Superintendência da PF em Brasília não dispõe de estrutura adequada para garantir a saúde do ex-presidente.
Apesar de ampliar o diálogo com integrantes da Corte, Tarcísio ainda não solicitou autorização para visitar Bolsonaro na carceragem da PF. Segundo interlocutores, ele se mostra confiante de que fará a visita ao aliado político já em sua residência.
Nesta sexta-feira, Bolsonaro passou por uma bateria de exames para investigar crises frequentes de soluços. "Diante do exposto, essa Junta Médica pericial conclui que o periciado é portador de hérnia inguinal bilateral que necessita reparo cirúrgico em caráter eletivo", aponta o laudo da perícia federal, realizado por três peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC).
O exame indica que o quadro de saúde de Bolsonaro se agravou devido ao aumento da pressão interna causada por crises de soluços e tosse crônica. O ex-presidente enfrenta sequelas do atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018 e de uma série de cirurgias desde então.
Nesta semana, o Senado aprovou o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que reduz penas para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e pode beneficiar Bolsonaro. O presidente Lula (PT) já anunciou que vetará o projeto, embora haja possibilidade de o Congresso derrubar o veto do Executivo.
"Pela primeira vez na história desse país, nós temos um presidente preso por tentativa de golpe. Pela primeira vez nesse país, nós temos quatro generais de quatro estrelas presos pela tentativa de golpe. Pela tentativa de fazer um plano para matar o Lula, para matar o Alckmin e para matar o Alexandre de Moraes. E eles agora querem uma anistia. Com todo o respeito, com todo o respeito aos deputados e senadores que votaram pela redução da pena, eu quero dizer para vocês, eu vou vetar essa lei. E se quiserem, que derrubem", declarou Lula durante a cerimônia de encerramento da 12ª edição da Expocatadores, em São Paulo, nesta sexta-feira.
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