Poder e Governo
Com filho preso pela PF, garimpeiro de Roraima também é suspeito de ajudar em fuga de Ramagem
No fim de semana, Celso Rodrigo de Mello foi detido em Manaus; empresário tem negócios na Guiana, país usado na rota de fuga do ex-deputado federal
Pré-candidato ao senado de Roraima, o garimpeiro Rodrigo Martins de Mello, mais conhecido como Rodrigo Cataratas, é investigado junto ao filho, Celso Rodrigo de Mello, por ajudar o ex-deputado federal Alexandre Ramagem a fugir do país em setembro. A informação foi confirmada pela defesa de Cataratas no processo, que segue em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF).
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O empresário é representado pelo advogado Jeffrey Chiquini. Em uma publicação no X, antigo Twitter, ele afirma ter assumido a defesa de "Rodrigo Martins de Mello, acusado equivocadamente de prestar auxílio material no suposto plano de fuga do deputado Ramagem para os EUA". O advogado acrescenta ter elementos que provam a inocência de Cataratas.
No último sábado, o filho de Cataratas foi preso em Manaus pela Polícia Federal por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pelo caso. Semanas antes, o empresário já havia se manifestado nas redes após começar a circular nas redes a informação de que ele teria ajudado Ramagem a deixar o país.
— (Ramagem) tem vários amigos em Roraima, e eu também sou amigo dele, certo? Ele é deputado federal, pessoal. Quando ele esteve em Roraima pela última vez não existia nenhuma condenação contra ele. Então, essa narrativa de fuga, isso é uma narrativa falaciosa, justamente para manter uma perseguição — diz Cataratas no vídeo, publicado no final de novembro, sem confirmar se estava ou não sendo investigado — Todos aqui somos de direita e somos perseguidos.
No vídeo, o empresário diz que tomou conhecimento da condenação de Ramagem pelas redes sociais e apenas quando ele já estava fora do país. No dia 31 de março, Cataratas publicou em suas redes sociais uma imagem ao lado do então parlamentar, que teve o mandato cassado nesta quinta-feira.
"Tive a honra de receber em Boa Vista o deputado federal Alexandre Ramagem, grande aliado do presidente Jair Bolsonaro e defensor incansável da liberdade e da soberania nacional. Falamos sobre os rumos do Brasil, os desafios das eleições de 2026 e o fortalecimento de um projeto político alinhado com os valores da direita, da ordem e do progresso", escreveu Cataratas na época.
Segundo Cataratas, Celso é cidadão americano e estava em deslocamento para os Estados Unidos para celebrar o próprio casamento, estando acompanhado da mulher e da filha.
"A assessoria de Rodrigo Cataratas esclarece que, neste sábado, a Polícia Federal cumpriu em Manaus (AM), mandado de prisão contra Celso Rodrigo de Mello, filho de Rodrigo Cataratas, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de investigação relacionada à apuração sobre a suposta fuga do deputado federal Alexandre Ramagem", diz a nota divulgada no fim de semana.
O garimpeiro tem negócios na Guiana, país que esteve na rota de fuga de Ramagem rumo aos Estados Unidos, como . A investigação da PF apurou que o deputado federal chegou ao país vizinho pelo município de Bonfim, que faz fronteira com a cidade de Lethem.
Atualmente, Rodrigo Cataratas é pré-candidato ao Senado pelo PRD. Em 2022, ele havia disputado por uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PL, tendo declarado guardar R$ 4,5 milhões em dinheiro vivo. O seu patrimônio inclui ainda dez aeronaves e onze veículos, além de um total de R$ 33,6 milhões. Ele é um dos líderes do "Movimento Garimpo é Legal".
Em janeiro de 2024, o Ministério Público Federal denunciou o empresário por suspeita de atear fogo a um carro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e invadir o pátio da Polícia Federal para incendiar um helicóptero do instituto em 2021. Cataratas teria financiado e incentivado a destruição dos equipamentos. Cataratas ainda é réu em três processos na Justiça Federal por ligação com a exploração ilegal de ouro em Roraima. Assim como o pai, o filho Celso também já teve problemas com a Justiça. Em 2022 ele foi preso por suspeita de explorar ilegalmente ouro na Terra Indígena Yanomami. Ele foi solto dias depois.
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