Poder e Governo

Tarcísio reafirma alinhamento com a direita e diz que objetivo é derrotar o PT em 2026

Durante entrega de 188 casas da CDHU em Ferraz de Vasconcelos, governador critica política econômica do governo federal e reforça que não pretende disputar a Presidência.

Agência O Globo - 19/12/2025
Tarcísio reafirma alinhamento com a direita e diz que objetivo é derrotar o PT em 2026
Tarcísio de Freitas - Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira (19) que o principal objetivo do campo da direita em 2026 é "derrotar o PT". Ele voltou a dizer que não pretende concorrer ao Palácio do Planalto e destacou que irá trabalhar "com as lideranças da direita para construir um projeto de Brasil".

“A gente conversa com todo mundo porque existe um grande objetivo para nós neste campo. Qual é o grande objetivo? Derrotar o PT. Porque o PT está fazendo mal para o Brasil. Nós temos uma crise fiscal, porque a turma está gastando muito. A economia deve desacelerar até entrar em recessão, o que será um problema para empresas e pessoas. Precisamos considerar a incapacidade do governo em lidar com o tema”, afirmou Tarcísio durante a entrega de 188 casas da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

Segundo o governador, “a troca é saudável” e uma nova liderança precisa “fazer o país convergir na direção de um projeto de futuro”. “Então, eu entendo que quem está aí não apresentou nada para o Brasil, está na hora de trocar. A troca é saudável e nós vamos trabalhar com essas lideranças de direita para construir um projeto de Brasil”, completou.

Tarcísio afirmou ser “natural” que seu nome seja cogitado para a Presidência, por governar o maior estado do país, mas reiterou que não há “mudança nenhuma” em seus planos e que segue focado na reeleição ao governo estadual. Ele lembrou ainda que, historicamente, chefes do Executivo estadual não costumam obter sucesso em campanhas presidenciais, citando os ex-governadores de São Paulo José Serra e Geraldo Alckmin como exemplos.

“Apesar da especulação política, nunca nos colocamos como candidatos. Pelo contrário, sempre disse que nosso projeto é São Paulo. Se observarmos a história da redemocratização, apenas um governador de estado virou presidente da República, o Fernando Collor, em uma situação muito específica. Apesar da relevância de São Paulo, a história não proporciona muitos casos de sucesso”, analisou.

Críticas à Enel

O governador voltou a afirmar que pretende “varrer a Enel” de São Paulo e classificou como “enrolação” a proposta da empresa de enterrar a fiação elétrica em parceria com o poder público.

“A empresa perdeu a credibilidade, não tem mais reputação. Quer nos fazer de otários, nos enganar, como já fez até agora. Está jogando com o regulamento, buscando prorrogação do contrato porque é uma empresa geradora de muito caixa, com receita gigantesca, e não cumpre o que deveria”, criticou.

Segundo Tarcísio, o processo de caducidade da concessão deve ocorrer “enquanto a empresa negocia uma eventual troca de controle acionário”. Embora a quebra de contrato seja rara em concessões de distribuição de energia elétrica, a troca de controle já ocorreu no Amazonas em 2024, quando a Âmbar Energia assumiu a Amazonas Energia. Até o momento, porém, a Enel não sinalizou intenção de abrir mão da concessão nem de vender sua operação. Outra possibilidade mencionada por Tarcísio seria a divisão da área de concessão, que atualmente abrange 24 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, atendendo mais de 8 milhões de clientes.