O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), respondeu nesta sexta-feira (data) às críticas feitas por seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), após a decisão de não cassar o mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

O chamado centrão recuou do plano de cassação ao perceber que não teria votos suficientes para afastar o parlamentar. Para evitar desgaste de Motta junto ao plenário, aliados passaram a defender a suspensão de Glauber por seis meses, contrariando Lira.

Em um grupo de deputados do PP, Lira chegou a classificar a gestão da Casa como “uma esculhambação” e afirmou a aliados que Motta “está perdido e foi humilhado”. Glauber é desafeto de Lira.

Buscando minimizar as declarações, Motta afirmou: “Cada um tem seu jeito de agir”. Embora Lira tenha sido um dos principais apoiadores da candidatura de Motta à presidência da Câmara, a relação entre ambos esfriou desde então.

“Sempre tive uma relação de muita amizade, desde quando eu cheguei aqui em Brasília, com o deputado Arthur Lira. Não concordo com as críticas, eu também não sei se foi tirado de contexto o que ele disse. Sigo com muita tranquilidade fazendo o que eu entendo que é certo. É natural que haja discordância, cada um tem seu estilo, sua forma de agir, se comportar, sua maneira de tomar decisão. Da mesma forma que eu discordo de alguém, também acho natural que discordem de mim. Mantenho essa relação de amizade e respeito com o deputado Arthur”, disse Motta, durante café da manhã com jornalistas.

Sobre o projeto de lei da Dosimetria, aprovado pelo Congresso e que reduz penas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros envolvidos em atos golpistas, Motta declarou que aguarda a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre pedidos de derrubada do projeto. Lula já sinalizou que deve vetar a medida.

“A Câmara dos Deputados aguardou o Supremo concluir os julgamentos. O Congresso aprovou a possibilidade de essas pessoas acionarem o Judiciário para reivindicar a revisão das penas. É importante ressaltar que o próprio Judiciário vai analisar isso, não será automático. A lei sendo validada, vamos aguardar a decisão do presidente da República para ver se avançamos no que considero a melhor alternativa para a pacificação”, afirmou.

Motta acrescentou: “Dependendo da decisão do presidente, vamos reunir os líderes. Quem pauta veto é o presidente do Senado. Ainda não conversei com o senador Davi sobre essa posição, nem com o presidente Lula”.