O ex-deputado federal Alexandre Ramagem criticou duramente o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, após ter seu mandato cassado pela Mesa Diretora da Casa sem votação em plenário.

“O presidente da Câmara dos Deputados cassou meu mandato na canetada pela Mesa da Casa. Por pura covardia”, afirmou Ramagem, alegando que a decisão desrespeitou o regimento interno da Câmara. “Uma decisão infame, vergonhosa. O ministro, o violador dos direitos humanos, nem precisou sujar as mãos dele, porque ele tem um serviçal de instrumento, infelizmente, o presidente da Câmara dos Deputados”, completou, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também classificou Motta como uma “marionete nas mãos de um ministro do STF”. Ramagem sustenta que a cassação ocorreu sob a justificativa de faltas não justificadas às sessões da Casa.

“Fui cassado por faltas. Mesmo não tendo o número de faltas suficientes para a cassação, mas porque se presume que eu faltaria às sessões posteriores no ano que vem. Eu só teria faltas suficientes quase no meio do ano que vem”, argumentou.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que o partido tentará recorrer da cassação dos mandatos de Ramagem e Eduardo Bolsonaro. A vaga deixada por Ramagem deverá ser ocupada pelo ex-deputado federal Dr. Flávio, que retorna à Câmara após oito anos.

Ramagem está nos Estados Unidos desde setembro e é considerado foragido da Justiça brasileira. Ele foi condenado a 16 anos de prisão pelo STF no julgamento da chamada trama golpista, que também condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde que deixou o país, Ramagem já recebeu R$ 532 mil dos cofres públicos.