Poder e Governo
Suspenso da Câmara, Glauber Braga cogita disputar governo do Rio em 2026
Deputado do PSOL avalia candidatura ao Palácio Guanabara e mantém possibilidade de reeleição à Câmara dos Deputados
Suspenso da Câmara dos Deputados por seis meses, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) afirmou que considera disputar o governo do estado do Rio de Janeiro em 2026. Em entrevista ao Diário de Pernambuco, o parlamentar relatou que a possibilidade vem sendo debatida em plenárias do PSOL realizadas em municípios fluminenses e que tem até abril para definir seu futuro político, incluindo a chance de buscar a reeleição como deputado federal.
— Há um calendário que vai até março para a inscrição de candidaturas, com a tomada de decisão em abril, então penso no Governo do Rio ou na candidatura para deputado. Até lá, vou ampliar essa mobilização para consulta nas cidades — disse. — Eu já tinha começado um conjunto de 100 reuniões, percorrendo os 92 municípios do Rio. A gente discute programa de governo, conjuntura nacional e tática eleitoral.
No estado, o PSOL avalia lançar candidatura própria ao governo, descartando apoio ao prefeito Eduardo Paes (PSD). Paralelamente, o partido deve investir em nomes competitivos para a Câmara dos Deputados, como a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), principal puxadora de votos após chegar ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Niterói em 2023. O partido também planeja lançar o vereador Rick Azevedo, fundador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e militante pelo fim da escala 6x1, como candidato a deputado federal.
O foco nacional do PSOL, porém, tende a ser São Paulo, onde o atual ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência (SGR), obteve mais de 1 milhão de votos em 2022. Desde então, sua atuação em defesa do governo Lula e contra movimentos do Congresso, como a PEC da Blindagem, o credenciou ao ministério, afastando-o das eleições de 2026. O espaço deixado por Boulos deve ser ocupado por nomes como a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), principal aposta do partido no estado, e por novas candidaturas, como a de Natalia Szermeta, esposa do ministro.
Durante a entrevista, Glauber também comentou sobre seu afastamento da Câmara, definido na semana passada pelo plenário como punição alternativa à cassação. O parlamentar foi punido por agredir, em 2024, um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). A representação contra Glauber foi encaminhada pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao Conselho de Ética, que recomendou a perda de mandato.
— Ficou evidente que se tratou de uma perseguição política dele, principalmente por conta das denúncias do mandato em relação ao orçamento secreto. Durante todo esse processo, a arrogância dele foi total. Ele dizia aos interlocutores que me caçaria com mais de 400 votos, mas não teve condições de concretizar esse cenário, porque a gente apostou desde o início em uma mobilização que fosse para a rua, com a presença de sindicatos e movimentos sociais em todas as reuniões — afirmou Glauber.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados
-
5DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil