Poder e Governo
Dino determina quebra de sigilo bancário e acesso a mensagens de Sóstenes e Jordy
STF autoriza medidas para aprofundar investigação sobre suspeita de desvio de cota parlamentar envolvendo deputados do PL.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e do deputado Carlos Jordy (RJ).
Com a decisão, os investigadores passam a ter acesso a transferências financeiras e mensagens dos parlamentares, com o objetivo de aprofundar a apuração sobre suspeitas de desvio de cota parlamentar por meio do aluguel de veículos.
Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu R$ 430 mil em dinheiro em espécie em um endereço ligado a Sóstenes Cavalcante. A ação faz parte de um conjunto de sete mandados judiciais, expedidos pelo STF, cumpridos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.
Segundo a investigação, “agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública”. Os recursos desviados teriam sido repassados a empresas de fachada e, posteriormente, submetidos a mecanismos de lavagem de dinheiro. Assessores dos dois parlamentares teriam movimentado milhões de reais.
Os crimes investigados incluem peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Nas redes sociais, Carlos Jordy afirmou ser alvo de uma "perseguição implacável" e de "pesca probatória". Ao jornal O Globo, declarou: "não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz". Sóstenes Cavalcante foi procurado, mas ainda não se manifestou.
Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal já havia realizado buscas em endereços ligados a assessores dos deputados, investigando o desvio de cota parlamentar por meio de contratos falsos com locadoras de veículos. A operação foi batizada de “Rent a Car”, em referência ao suposto esquema, no qual uma empresa de locação era utilizada para simular a prestação de serviços.
De acordo com os investigadores, agentes públicos e empresários teriam firmado um “acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares” a partir desses contratos.
Levantamento do jornal O Globo apontou que, ao longo do ano passado, os gastos de Sóstenes Cavalcante com aluguel de veículos ultrapassaram R$ 137,9 mil, enquanto a média das despesas de outros deputados nessa categoria foi de aproximadamente R$ 76,8 mil. Já as despesas de Carlos Jordy com aluguel de carros somaram R$ 65,4 mil, valor abaixo da média geral e da sigla.
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