Poder e Governo
'Palanque forte' motiva pressão do PT por candidatura de Haddad em SP
Deputados paulistas avaliam que atual ministro é o principal nome para enfrentar eventual disputa com Tarcísio de Freitas (Republicanos) pelo governo do estado
A pressão pela candidatura de Fernando Haddad ao governo de São Paulo é vista entre aliados como uma busca por um 'palanque forte' para o presidente Lula no estado. Na avaliação interna do PT, o ministro da Fazenda seria o único nome capaz de enfrentar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que mantém o discurso de tentar a reeleição em 2026.
Diante desse cenário, lideranças petistas já vêm pressionando o ministro a disputar o Palácio dos Bandeirantes. Avaliam que Haddad realiza um bom trabalho à frente da Fazenda, conquistou dividendos políticos com a aprovação da isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil e teria preparo para os debates que marcarão a eleição estadual.
Contudo, como o próprio presidente Lula destacou em entrevista nesta quinta-feira (18), a decisão cabe a Haddad. O ministro confirmou que pretende colaborar com a campanha presidencial, mas sem necessariamente ser candidato.
O deputado estadual Paulo Fiorilo (PT) relembra que, em 2022, Haddad também foi convencido a mudar de postura e disputar o governo paulista, quando acabou derrotado por Tarcísio.
— O sinal de Haddad de que vai deixar o governo é o maior sinal de todos (de que ele possa ser candidato a governador). Até porque, se você puxar pela memória, vai ver que ele fez o mesmo movimento em 2022, dizendo que coordenaria a campanha do Lula, mas ao final sendo candidato a governador. Na política, é preciso ter a calma necessária para vencer todas as etapas. O partido precisa de um palanque forte no estado — afirma Fiorilo.
A opinião de Fiorilo converge com a de outros líderes do PT, como o deputado federal Kiko Celeguim, presidente estadual da sigla em SP, que afirmou no mês passado que o nome de Haddad estará nas urnas. Três meses antes, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, declarou que "não só Haddad, mas outras lideranças, terão que ter missão eleitoral".
Na avaliação de outro parlamentar paulista, o tempo favorece Haddad, pois a construção da candidatura deve ser feita de forma horizontal, e não "de cima para baixo", como teria ocorrido na pré-candidatura presidencial de Flávio Bolsonaro (PL). Segundo esse raciocínio, o momento é de articular alianças e acompanhar os movimentos de Tarcísio, que ainda pode ser candidato à Presidência — hipótese hoje considerada menos provável.
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